Brasil, 18 de agosto de 2025
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A esperança nos salmos: um caminho de fé e transformação

A reflexão do Pe. Gerson Schmidt destaca como os salmos revelam a esperança e a presença de Deus em nossas vidas.

A riqueza dos 150 salmos da Sagrada Escritura tem se mostrado uma fonte inesgotável de inspiração para a oração e o fortalecimento da fé. O Pe. Gerson Schmidt, em sua análise, ressalta que a esperança é um tema central nos salmos, agindo como um fio que sustenta o coração humano mesmo nas mais diversas aflições. Mesmo diante de combate e perseguições, os salmistas transmitem uma confiança inabalável em Deus, confiando em seu caráter, bondade e fidelidade.

Esperança: um sentimento profundo nos salmos

Nos salmos, a esperança não é apresentada como um mero desejo, mas como uma certeza enraizada na bondade divina. Esta esperança transforma lamentos em louvores e a escuridão em luz, ensinando que a verdadeira esperança brota da confiança em Deus, que nunca abandona aqueles que nele confiam.

O salmo 145 ilustra bem essa confiança: “É feliz todo homem que busca seu auxílio no Deus de Jacó, e que põe no Senhor a esperança” (Sl 145,5). Essa felicidade não é uma promessa futura, mas uma vivência constante, uma espera no Senhor no presente que traz luz aos projetos e aspirações mais profundas de cada um. A importância da esperança é também relembrada pelo Concílio Vaticano II em sua Constituição Gaudium et Spes, que evidencia que a alegria cristã não se limita à expectativa de um futuro melhor, mas se vive no aqui e agora.

A esperança nas dificuldades da vida

O Salmo 33 também ressalta essa esperança, dizendo: “A nossa esperança está no Senhor; ele é o nosso auxílio e o nosso escudo” (Sl 33,20). Essa afirmação reafirma que a esperança do homem deve se basear não em si mesmo, mas em Deus que tudo realiza. A frase “Em ti está nossa esperança” revela uma entrega total ao Senhor, vacinando o espírito contra as incertezas da vida.

Ademais, o desejo do salmista pelo Senhor é um elemento crucial em sua oração. Como no Salmo 42, onde a sede pela presença de Deus é comparada à busca desesperada de uma corça pelas águas. A profundidade dessa imagem carrega um significado poderoso: a busca por Deus deve ser análoga à sede insaciável por água. O salmista expressa sua urgência em encontrar refúgio em Deus, e essa busca apaixonada por sua presença é o que, de fato, alimenta a esperança.

A metáfora da corça e a busca pela água viva

O anseio do salmista pelo Senhor, assim como a corça anseia pelas correntes de água, evoca uma imagem de necessidade vital. A corça, cercada por predadores, não busca apenas a água, mas uma forma de sobrevivência. Da mesma maneira, o ser humano, rodeado por angústias e dificuldades, precisa desesperadamente da presença de Deus, que é o único capaz de saciar a sede do espírito.

Santo Agostinho também reflete sobre essa expressão de desejo espiritual, associando a água que o salmista busca à água batismal, que renova e fortalece a fé. A identificação com a corça torna-se uma metáfora poderosa para todos os fiéis, indicando que mesmo após a experiência do batismo, a busca por Deus e sua graça deve ser constantemente renovada. A sede espiritual é uma realidade que nos leva a buscar suas fontes eternas e a nos livrarmos dos inimigos invisíveis que nos cercam.

Considerações finais

Em resumo, a leitura dos salmos, especialmente através da lente da esperança, nos convida a refletir sobre a nossa relação com Deus. Ele é o refúgio, a força e a luz que ilumina nosso caminho. A esperança, como enfatizado pelo Pe. Gerson Schmidt, não é algo que se espera passivamente, mas um estado ativo de confiança em Deus, que se manifesta em cada momento da vida. Portanto, assim como a corça busca as águas, devemos também buscar a presença de Iahweh, que é o nosso alicerce e a razão pela qual jamais desistimos de crer e esperar. Como comunidade de fé, somos chamados a viver essa esperança, não apenas em tempos de tranquilidade, mas também em meio às tempestuosas águas da vida.

Pe. Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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