A história das convocações da Seleção Brasileira é recheada de momentos icônicos, e Müller, ex-atacante do São Paulo, reconta como funcionava esse processo há quase quatro décadas, em uma entrevista ao podcast Prieto TV. Ele recorda como as notícias chegavam ao jogador de forma simples, mas carregada de emoção, por meio de telefonemas e faxes, muito longe da rapidez das mensagens instantâneas que conhecemos hoje.
A recepção da convocação na época
Em um relato nostálgico, Müller, que tinha apenas 20 anos na época, detalhou como a convocação era feita pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Ele explicou que a funcionária Terezinha ligava para ele em casa, informando-o sobre a convocação. “Müller, você foi convocado para o amistoso da seleção brasileira, tá bom? E o planejamento a gente vai mandar por fax e telegrama para o seu clube”, recordou. Era uma realidade muito diferente da comunicação moderna, onde tudo é feito em tempo real.
O ex-jogador também falou sobre o processo de deslocamento até o local de treinamento, que incluía fazer a ponte aérea de Congonhas para o Rio de Janeiro, algo que hoje pode parecer antiquado, mas era o cotidiano de muitos jogadores. “A gente ia sozinho, de carro, ou de táxi para o aeroporto”, revelou Müller.
Desafios de ser convocado nos anos 80
Müller ressaltou as dificuldades de ser convocado para a Seleção Brasileira. Ele mencionou que, na década de 80, ser escolhido entre muitos atletas talentosos era um desafio e tanto. O ex-atacante lembrou como conseguiu se destacar em meio a jogadores consagrados. “Imagina eu titular? Renato Gaúcho, todos aqueles caras no banco. Naquela época tinha que ser bom mesmo para estar em uma convocação”, comentou, fazendo um retrato da qualidade da geração de jogadores daquela época, como Zico, Sócrates e Careca.
Carlo Ancelotti e a nova era das convocações
Com a chegada do novo treinador da Seleção Brasileira, Carlo Ancelotti, a expectativa é alta. O técnico italiano terá o desafio de recuperar a mística da camisa amarela. Ancelotti já tem uma lista de 50 jogadores selecionáveis para os próximos compromissos, onde 23 atletas serão convocados. Diferente do passado, a comunicação será feita por Whatsapp e redes sociais.
“Desse grupo, 23 serão convocados. Eles ficarão sabendo com mais rapidez e facilidade”, comentou Müller, refletindo sobre as mudanças nos métodos de convocação ao longo das décadas. O ex-jogador mostra-se ansioso para ver se os jogadores da nova geração conseguirão honrar os feitos de seus antecessores.
Relembrando momentos marcantes
A entrevista com Müller também trouxe à tona várias histórias emocionantes sobre sua trajetória na Seleção Brasileira. Ele lembrou de seu primeiro amistoso contra a Alemanha em Frankfurt, onde foi titular. “Imagina, só: eu molecote chegando na seleção e os ‘puta velha’ tudo, Renato Gaúcho, Casagrande, Éder, Careca, Zico, Sócrates, Falcão, Dirceu”, destacou, demonstrando a importância daquela experiência em sua carreira.
Além das dificuldades enfrentadas, Müller fez questão de celebrar a riquíssima história do futebol brasileiro, caracterizada por seus ícones e por uma tradição que ainda atualmente encanta a todos. A nova fase sob a direção de Ancelotti pode ser um momento interessante para novas conquistas, e os torcedores aguardam ansiosos para ver como este time se sairá.
Veja o trecho da entrevista
Assim, os fãs do futebol brasileiro se conectam cada vez mais com suas raízes e heranças. As lembranças trazidas por ex-jogadores como Müller são essenciais para relembrar o quanto o esporte evoluiu, mas também para valorizar a história que moldou a Seleção Brasileira de hoje.