No último domingo, a fiscalização surpresa realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) expôs uma séria de problemas em teatros e ginásios esportivos de sete cidades do Alto Tietê. A ação faz parte da II Fiscalização Ordenada de 2025, que inspecionou 280 equipamentos públicos em 226 municípios do estado. Os relatórios revelaram uma situação alarmante, com questões que vão desde a precariedade estrutural até a falta de acessibilidade e segurança nas instalações.
Problemas encontrados nas fiscalizações
As cidades de Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Poá, Santa Isabel e Suzano foram as mais afetadas, conforme os dados divulgados. Entre os principais achados estão estruturas físicas deterioradas, ausência de equipamentos de segurança como extintores e sistemas de combate a incêndio, além da negligência em acessibilidade para pessoas com deficiência.
Infraestrutura em risco
O relatório do TCESP revelou casos graves, como no Teatro Turíbio Ruiz, em Poá, onde parte do teto está caindo, colocando em risco a integridade física de quem frequenta o local. Em Suzano, o Ginásio Professor Roberto Davi apresenta rachaduras no piso, instalações elétricas em mau estado e um sistema de alarmes em desuso.
Os dados não param por aí. O Anfiteatro Municipal de Arujá foi apontado por auditores como carente de saídas de emergência e sistema de combate a incêndio. Além disso, os sanitários e áreas de circulação estão em condições precárias, com pisos quebrados e falta de assentos e tampas nos vasos sanitários.
Acessibilidade: um ponto crítico
A acessibilidade é uma questão que demanda atenção imediata. Nas unidades fiscalizadas, muitas não estavam equipadas com rampas, sinalização tátil, e os sanitários adaptados para pessoas com deficiência estavam em total falta. O Ginásio Municipal Prefeito Antônio Carlos Mendonça, em Arujá, e o Ginásio Lázaro Germano, em Guararema, são exemplos de locais onde a acessibilidade é praticamente inexistente. A situação é ainda mais crítica em Ferraz de Vasconcelos, onde muitos espaços estão abandonados e sem manutenção.
Resposta das Prefeituras
As prefeituras das cidades fiscalizadas já se manifestaram sobre os problemas identificados. A administração de Arujá afirmou que está ciente das falhas e já tomou medidas para repará-las, inclusive corrigindo a situação dos extintores de incêndio. Ferraz de Vasconcelos informou que está finalizando um projeto de reforma para o Ginásio Marcílio Guerra e que trabalha para resolver as questões apontadas, assim como diversas localidades, incluindo a Prefeitura de Suzano, que busca implementar ações corretivas a partir da fiscalização.
As autoridades locais têm enfatizado a importância da fiscalização do TCESP, uma vez que estas intervenções ajudam a garantir que as estruturas de esporte, lazer e cultura atendam às necessidades da população. Uma comunicação gerada pela Prefeitura de Suzano destacou que as medidas de saneamento são vitais para manter a eficiência da administração municipal e a segurança dos munícipes.
Conclusão
Os resultados da fiscalização são um alerta importante para as administrações públicas e a sociedade civis sobre as condições dos espaços disponíveis para a prática cultural e esportiva no Alto Tietê. A falta de investimentos e a negligência na manutenção desses locais não só comprometem a segurança como também limitam o acesso da população a atividades de lazer e cultura. A espera por um futuro melhor para essas instalações exige não apenas a ação das autoridades, mas também a conscientização e o envolvimento dos cidadãos.
Nos próximos meses, será essencial que as reformas sejam efetivamente implementadas e que os relatórios de fiscalização continuem a ser uma ferramenta para promover melhorias na infraestrutura e acessibilidade dos teatros e ginásios da região. O bem-estar da população depende não só do funcionamento adequado desses equipamentos, mas também da segurança e da inclusão de todos.