Com a possibilidade de deixar a prefeitura para concorrer ao governo do Rio de Janeiro em 2026, o prefeito Eduardo Paes (PSD) tem acelerado a transição de poder, fortalecendo seu vice, Eduardo Cavaliere (PSD). Nos últimos meses, Cavaliere tem aparecido cada vez mais como um protagonista nas ações e projetos da gestão carioca, refletindo uma clara estratégia de preparação para quando Paes eventualmente deixar o cargo.
A ascensão de um novo líder
Recentemente, Cavaliere assumiu a liderança em iniciativas como a implementação do novo sistema de bilhetagem dos ônibus municipais, conhecido como Jaé, além do ambicioso plano de relicitação dos contratos de transporte e renovação da frota. Este movimento não apenas destaca a capacidade de gestão do jovem vice, mas também demonstra a confiança que Paes deposita nele, especialmente em um momento crucial de sua administração.
Se Paes confirmar sua candidatura ao governo, ele deverá deixar a prefeitura até abril do próximo ano, o que lhe deixaria um tempo muito curto para executar suas metas. Com menos de oito meses para concluir sua gestão, a transição para Cavaliere se torna ainda mais pressentida. Em um recente evento, Paes se referiu ao vice como o futuro prefeito mais jovem da história do Rio, enfatizando o papel central que ele desempenha nas decisões da cidade.
Planejamento estratégico e segurança pública
No lançamento do Planejamento Estratégico 2025-2028, que delineia diretrizes para o futuro da cidade, Paes fez uma transição simbólica ao passar o documento a Cavaliere, indicando que ele está liderando essas metas. O vice também foi incumbido de desenvolver a Força Municipal de Segurança Pública, um projeto que surge em resposta à crescente preocupação da população com a segurança. Este tipo de iniciativa é crucial para conquistar o apoio dos cidadãos e dar a Cavaliere uma identidade política antes de sua possível candidatura em 2028.
Cavaliere, que tem apenas uma eleição anterior na sua trajetória política, precisará se destacar e criar uma imagem forte para atrair os holofotes eleitorais na sua futura caminhada política. Ele já vem demonstrando habilidade em gerenciar projetos importantes, enquanto Paes mantém um olhar atento sobre todas as atividades que estão em curso.
A relação entre Paes e Cavaliere
Nos quatro mandatos anteriores, Paes nunca havia escolhido um vice com o perfil de Cavaliere, que até então era mais ligado aos seus núcleos de confiança pessoal. Essa mudança de estratégia reflete a busca do prefeito por um sucessor que não apenas compartilhe suas ideias, mas que também tenha a experiência e a disposição para enfrentar os desafios da gestão pública.
A relação entre os dois é marcada por uma postura similar no que tange à administração, o que ajudou a fortalecer a presença de Cavaliere na gestão. No entanto, seu aumento de destaque não vem sem riscos; ele também se tornou alvo de adversários políticos. Atualmente, enfrenta investigações relacionadas a uma CPI na Assembleia Legislativa que examina supostas conexões entre ele e uma empresa de câmeras de segurança que co-fundou.
Desenvolver uma narrativa de personalidade forte e confiar em um vice dentro de sua equipe principal é uma abordagem arriscada e, ao mesmo tempo, inovadora para um político com a experiência de Paes. O sucesso dessa transição dependerá da aceitação da população e da capacidade de Cavaliere em se estabelecer como um líder efetivo à frente da prefeitura.
Ao final, a gestão de Paes se prepara para um período de grandes mudanças, e se ele conseguir conduzir essa transição de forma eficaz, pode garantir que seu legado continue a prosperar em mãos de seu sucessor, Eduardo Cavaliere.
