O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), enfrenta um momento delicado em sua trajetória política. Anteriormente considerado um forte candidato a ocupar a vaga de vice na chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para 2026, a organização da COP30, agendada para novembro deste ano, passou de trunfo a um obstáculo significativo, especialmente devido a problemas logísticos e de infraestrutura enfrentados na capital paraense.
A COP30: De Vitrine Eleitoral a Desafio
Helder Barbalho sempre foi visto como um nome forte do MDB, em grande parte por sua influência dentro do partido e da política local. No entanto, a COP30, que era considerada uma vitrine eleitoral, agora é vista como uma “vidraça”, dado os gargalos de infraestrutura, especialmente na rede hoteleira de Belém. O evento deveria ser um momento de destaque para o governador, mas os desafios logísticos afetam suas expectativas, dificultando sua posição dentro do partido e em potencial alianças.
A situação se agrava com as críticas ao manejo da COP30, onde vizivelmente há um aumento nos custos de hospedagem e serviços, com valores que costumam triplicar durante o evento. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, chegou a afirmar que, em edições anteriores, os preços de hospedagem se elevaram de tal forma que, em alguns casos, chegaram a ser quinze vezes superiores ao normal.
O Papel do MDB nas Eleições de 2026
Com a turbulência crescente, Barbalho tem enfatizado a colegas e aliados que não está com a intenção de concorrer à vice-presidência. Sua prioridade agora é eleger como governadora a sua vice, Hana Ghassan (MDB), e concorrer a uma cadeira no Senado, sucedendo seu pai, o atual senador Jader Barbalho.
Além de Barbalho, outros nomes têm circulado como possibilidades para a chapa de Lula. Entre eles, Renan Filho, atual ministro dos Transportes, que já declarou sua intenção de deixar o cargo para se dedicar à sua candidatura e se tornou um forte concorrente para uma possível candidatura ao governo de Alagoas ou a vice-presidência.
Discussões Internas e Propostas de Aliança
A relação do MDB com Lula não é simples. Apesar de a liderança do partido manifestar disposição para apoiar o presidente, a maioria dos diretórios nas regiões Sul e Sudeste reluta em aceitar uma nova aliança, especialmente se a vice-presidente não for um membro do MDB. Renan Filho e Simone Tebet, outra potencial candidata, estão entre os nomes que têm ganhado força nas discussões, especialmente após encontros recentes entre Lula e líderes do MDB.
Durante uma reunião, chegou-se a especular que Alckmin poderia ser cogitado para concorrer ao governo de São Paulo, oferecendo uma nova perspectiva sobre quem poderia encabeçar a chapa. Entretanto, a ideia de um vice indicado por Alckmin é vista por muitos como uma oportunidade para solidificar as bases do MDB nas próximas eleições.
O Futuro Político de Helder Barbalho
Apesar da pressão e das dificuldades, aliados próximos ao governador garantem que Helder está focado e animado para entregar uma COP30 bem-sucedida, que possa elevar sua imagem dentro do ambiente político nacional. Sua intenção de ficar à frente da corrida ao Senado reflete uma tentativa de estabilizar sua carreira e a influência de sua família no estado.
Ainda assim, a possibilidade das conversas com Lula se transformarem em uma indicação como vice depende, crucialmente, das pesquisas eleitorais e da disposição política dentro do partido e do governo. A pressão para produzir resultados imediatos com a COP30 poderá se traduzir em um potencial desgosto eleitoral, dificultando o cenário proposto.
O desenrolar da situação nos próximos meses será fundamental não apenas para Helder Barbalho, mas para o MDB como um todo, à medida que as eleições de 2026 se aproximam e o partido busca reafirmar suas posições no tabuleiro político brasileiro.
Por fim, as interações e decisões tomadas ao longo desse período configurarão a dinâmica do cenário eleitoral, demonstrando que cada movimento conta não apenas para Barbalho, mas para todos os interessados em alcançar um espaço no próximo governo.