O ex-presidente Donald Trump declarou nesta quarta-feira (16) que fará “tudo que puder” para “salvar” o ativista católico Jimmy Lai, que está preso há anos na Hong Kong. A promessa foi feita durante uma entrevista à Fox News, na qual mencionou que já discutiu o caso em círculos governamentais americanos.
Engajamento de Trump com o caso de Lai
Durante a entrevista, Trump afirmou que tem “já levantado a questão” sobre Lai nas reuniões de governo. O ativista, que há anos luta pelos direitos humanos e pela liberdade de expressão, está próximo do encerramento de um extenso julgamento por questões de segurança nacional em Hong Kong.
Lai, que é converso Católico desde 1997, foi detido em 2020 sob acusações relacionadas à lei de segurança nacional da China. Desde então, foi condenado por diversas acusações, incluindo tumulto e fraudes, além de enfrentar um julgamento que começou em dezembro de 2023, após anos de atrasos.
Contexto do julgamento e perspectivas
O julgamento de Lai tem sido amplamente considerado como controlado pelo governo chinês. Especialistas e apoiadores do ativista, como o padre Robert Sirico, afirmam que as chances de Lai sair livre são mínimas. “Quando foi a última vez que um governo totalitário colocou alguém perante seu sistema judicial e teve um resultado favorável?”, questiona o padre, fundador do Instituto Acton.
O caso de Lai também conta com apoio internacional. Uma comissão do Congresso dos EUA, em 2023, pediu sanções contra promotores e juízes de Hong Kong se não libertassem Lai. Diversas organizações de direitos humanos e líderes católicos ao redor do mundo também vêm clamando por sua libertação. Além disso, Lai foi premiado com a Trindade Batista por sua inspiração na defesa da liberdade e recebeu homenagem na Universidade Católica de Washington.
Esforços diplomáticos e incertezas
Apesar dos esforços, o posicionamento da administração Trump tem sido cauteloso. O ex-presidente, que havia prometido buscar a liberação de Lai antes de sua reeleição, recuou um pouco na promessa, afirmando que não garantiu a sua libertação, apenas que estará levando o caso ao conhecimento das autoridades.
“Só posso dizer que o nome dele já entrou na nossa pauta de discussões”, afirmou Trump nesta semana. Ele também elogiou o esforço de Sebastien Lai, filho do ativista, na busca pela liberdade do pai.
Relações de Lai com a fé e o ativismo
Jimmy Lai, que converteu-se ao catolicismo há mais de duas décadas, é reconhecido por sua trajetória de luta pelo direito de expressão e pelos valores democráticos. Em 2023, foi agraciado com o Prêmio Bradley, por sua inspiração ao mundo na defesa da liberdade. Sua arte e seu exemplo também têm sido celebrados por instituições acadêmicas e movimentos civis, que o veem como símbolo de resistência.
Especialistas alertam que, diante do controle rígido das autoridades chinesas e de Hong Kong, as possibilidades de Lai ser libertado permanecem incertas. A postura do governo chinês, segundo analistas, demonstra que o combate por sua liberdade continuará a enfrentar obstáculos severos.
Por ora, a expectativa é que o desfecho do julgamento seja próximo, mas o apoio internacional e as promessas de figuras como Trump continuam sendo um importante movimento de pressão por justiça.
Estas ações e declarações reforçam a complexidade de uma luta que une direitos humanos, fé e diplomacia, em um cenário onde o Estado chinês mantém firme sua postura de controle e repressão.