Neste sábado, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), lançou sua pré-candidatura à presidência da República em um evento realizado em São Paulo. A ocasião marca a sua entrada em um cenário político ainda indefinido, especialmente com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) e a incerteza sobre seu sucessor. Ele se torna o segundo governador alinhado com a direita a assumir a pré-candidatura ao Planalto.
Um evento marcado por críticas e polêmicas
Durante o evento, que reuniu cerca de 2,5 mil pessoas, Zema não poupou críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os parlamentares do seu partido, como o senador Eduardo Girão e os deputados Adriana Ventura e Ricardo Salles, também manifestaram descontentamento com gritos de “fora Lula” e “fora, Xandão”. Girão chegou a classificar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de “ditador”. O tom crítico foi constante, com vaias a Lula e até músicas que insinuavam um desdém ao STF, comparando-o a um “puxadinho do PT”.
A condução da fala de Zema e seus apoiadores sinaliza uma estratégia de ataque direto aos opositores e um apelo às bases mais conservadoras do eleitorado. Não apenas isso, mas o evento também demonstrou as intenções do partido em se fazer ouvir, já que o Novo planeja lançar pelo menos 32 candidatos a deputados federais e 45 a estaduais nas próximas eleições, buscando solidificar sua presença política no cenário nacional.
Declarações controversas de Romeu Zema
Nos últimos meses, o governador se destacou por diversas declarações polêmicas. Durante uma entrevista no podcast Flow, ele criticou abertamente a exigência de licitação para a escolha de empresas em obras públicas, afirmando que este é um dos principais entraves para a recuperação de estradas e construção de pontes em Minas Gerais. “Quando você reforma sua casa ou gerencia seu negócio, pode contratar quem desejar. No governo, se eu escolho uma empresa confiável, vão dizer que estou direcionando para ela”, disse Zema.
Além disso, ele já provocou reações acaloradas ao fazer comparações infelizes e depreciativas, como ao comparar regiões do Brasil a “vaquinhas que produzem pouco” ao discutir a criação de fundos para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. As reações não se limitaram à crítica política; sua comparação entre moradores de rua e carros abandonados acabou por gerar intensa repercussão negativa nas redes sociais.
A estratégia da direita em tempos de mudanças
Com Jair Bolsonaro inelegível até 2030, o ambiente fica propício para que outros nomes da direita busquem espaço na disputa pela presidência. Além de Zema, outros governadores de destaque, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, estão na mira para a corrida ao Planalto. A movimentação da direita se intensifica, buscando uma candidatura forte que possa rivalizar com a do atual presidente, que deverá concorrer à reeleição.
No entanto, mesmo com a divisão entre os candidatos, partidos de centro, como o MDB e a União, estão tentando se alinhar com Lula, sinalizando a possibilidade de formar uma oposição robusta. Essa dança de alianças e rivalidades promete aquecer o clima político conforme as eleições se aproximam.
A trajetória de Zema se apresenta como uma tentativa de solidificar sua reputação em um campo repleto de desafios e antagonismos. A definição das candidaturas e os embates ideológicos devem ser cruciais para a formação do cenário político na eleição de 2026.
A luta pela presidência, marcada por polêmicas e disputas acirradas, promete ser um reflexo das tensões sociais e políticas do Brasil contemporâneo. O que se espera agora é como cada candidato irá posicionar suas propostas e ideais em um horizonte de incertezas e constantes provocações.
