Brasil, 16 de agosto de 2025
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Por que Estados Unidos e China estão se aproximando

Após anos de tensões, EUA e China adotam postura mais conciliadora, buscando equilíbrio estratégico e ganhos temporários

Nos últimos meses, Estados Unidos e China reduziram a hostilidade, visando consolidar uma trégua nas disputas comerciais e políticas, embora as tensões permaneçam latentes. Essa mudança de postura ocorre em um momento crucial de competitividade global entre as duas maiores economias do mundo, que lutam por liderança no século XXI.

Motivos por trás da aproximação temporária

Armamentos econômicos como dissuasores

Uma das razões para a mudança de estratégia é que ambos os lados possuem armas econômicas capazes de limitar a agressividade do adversário. A China, por exemplo, detém o controle sobre minerais essenciais para tecnologias avançadas, como os metais usados na fabricação de ímãs e componentes de alta tecnologia, o que deu a Pequim uma vantagem na disputa de poder visível na redução de exportações desses materiais. 

Por sua vez, os EUA têm relaxado algumas restrições, como a venda de chips avançados à China, apostando em conversas de negociação para evitar escalate confrontos comerciais mais severos, anotam analistas internacionais. “Ambos entenderam que manter uma postura de retaliação mútua traz riscos que podem prejudicar seus interesses estratégicos”, afirma Scott Kennedy, especialista em relação sino-americanas.

Contexto interno e interesses econômicos

Além disso, tanto Trump quanto Xi Jinping agora veem o fortalecimento econômico interno como prioridade. Na China, a preocupação com a “involução” — excesso de competição que prejudica empresas locais — faz com que Pequim busque consolidar setores estratégicos e evitar barreiras externas. Nos EUA, a preocupação com a economia doméstica, incluindo crescimento, emprego e controle da inflação, faz com que o governo evite tensões que possam prejudicar interesses econômicos internos.

Possíveis encontros e negociações futuras

Ambos líderes demonstraram vontade de se reunir, possivelmente ainda neste ano, na Ásia, para avançar em negociações. Trump busca um acordo que aumente oportunidades para negócios americanos e combata o tráfico de fentanil, enquanto Pequim deseja evitar desrespeitos que prejudicaram encontros recentes com outros líderes mundiais. 

Entretanto, há cautela. Xi Jinping quer evitar uma situação de constrangimento semelhante à vivenciada por Zelensky na visita ao Congresso dos EUA. Como explica Scott Kennedy, Pequim pode tentar consolidar seus ganhos atuais, pressionando Trump a fazer concessões adicionais, especialmente relacionadas às tarifas, controles de exportação e Taiwan.

Perspectivas de longo prazo

Apesar do momento de relativa calmaria, as raízes do conflito permanecem profundas. Ambas as partes mantêm diferenças estratégicas, ideológicas e econômicas que, inevitavelmente, podem ressurgir. O equilíbrio momentâneo, embora benéfico para ambos por agora, é frágil e pode se romper caso uma das partes pressione demais ou não consiga sustentar a postura de negociação.

Analistas alertam que a imprevisibilidade de Trump, combinada com os desafios de Xi de manter a estabilidade interna, podem provocar uma mudança de rumo abrupta. Assim, o cenário atual de cooperação aparente deve ser visto como uma etapa temporária num tabuleiro de xadrez complexo, onde a próxima jogada ainda está por se definir. TIME

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