Brasil, 16 de agosto de 2025
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Lindt avalia produzir ovos de Páscoa nos EUA para evitar tarifas

A suíça Lindt estuda transferir parte da produção de seus tradicionais ovos de Páscoa para os Estados Unidos, visando contornar tarifas de importação impostas pelos EUA

A fabricante suíça de chocolates Lindt & Sprüngli está considerando transferir a produção de seus populares ovos de Páscoa, incluindo os coelhinhos de papel dourado, para os Estados Unidos. A medida busca evitar tarifas de importação de 15% sobre produtos da União Europeia impostas pelo governo Trump, que aumentaram os custos da companhia.

Lindt avalia fabricar ovos de Páscoa nos EUA para reduzir custos

Segundo fontes familiares, a empresa planeja investir até US$ 10 milhões na instalação de linhas de produção nos Estados Unidos, onde atualmente fabricam seus chocolates na Alemanha. O projeto inclui a produção de figuras de chocolate, como coelhinhos, Papais Noéis e outras formas de chocolate oco, produtos que hoje são feitos na Europa.

A decisão foi motivada pelo impacto das tarifas, além do aumento no preço do cacau, que elevou o custo médio dos produtos Lindt em 16% no primeiro semestre deste ano, conforme documentos internos. “Estamos analisando alternativas para tornar nossa cadeia de suprimentos mais eficiente, considerando as tarifas atuais”, afirmou um porta-voz da Lindt, que preferiu não comentar detalhes específicos.

Expansão na capacidade nos Estados Unidos

A Lindt vem ampliando sua presença no mercado norte-americano há anos. A empresa aumentou suas vendas em 4,9% em 2024, alcançando US$ 843 milhões, de acordo com o relatório anual. Atualmente, ela está expandindo sua unidade em Stratham, New Hampshire, visando maior produção local.

Especialistas do setor indicam que a transferência de produção pode ajudar a reduzir a vulnerabilidade da companhia às tarifas, além de reforçar sua atuação em um dos maiores mercados de chocolate do mundo. “A produção local nos EUA pode evitar custos adicionais de importação e tarifas retaliatórias”, destaca Carla Mendes, analista de mercado.

Impacto da tarifa de 39% na Suíça e possíveis respostas

As tarifas de Trump também vêm causando preocupação em outros países da Europa e na Suíça, que enfrenta uma tarifa de 39% sobre suas exportações — a mais alta entre os países desenvolvidos. Empresários do setor estão estudando alternativas, como transferência de produção ou redução na oferta.

A Lindt, por exemplo, avalia transferir a fabricação de alguns produtos, como os ovos de Páscoa, de suas unidades na Alemanha para instalações no Canadá ou nos EUA, para evitar tarifas retaliatórias. A empresa já produz diversos itens localmente nas regiões onde atua, mas alguns produtos de alta especialização continuam na Europa, como barras de chocolate Lindor na Suíça e chocolates de marca italiana.

Perspectivas futuras

Apesar de manter sua produção na Europa, a possibilidade de fabricação nos EUA reforça a estratégia da Lindt de adaptar suas operações às mudanças comerciais e tarifárias. A companhia afirma estar revisando continuamente sua cadeia de suprimentos para garantir competitividade e eficiência diante do cenário político-econômico global.

Mais detalhes sobre os planos de produção nos EUA devem ser divulgados nas próximas semanas, à medida que a empresa consolidar sua estratégia de resposta às tarifas impostas pelo governo americano.

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