Brasil, 16 de agosto de 2025
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John Textor tenta novamente negociar a compra do Botafogo

Empresário busca recursos para adquirir SAF, mas enfrenta resistência na Eagle Football.

O empresário John Textor, que já investiu de forma significativa na Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, está em negociação mais uma vez com a Eagle Football, a holding que controla a maior parte das ações do clube carioca. A intenção de Textor é tentar adquirir a totalidade da SAF e frear as ações judiciais que envolvem a gestão do clube. No entanto, uma reunião realizada em Nova York nesta sexta-feira levantou dúvidas sobre sua capacidade financeira para viabilizar essa operação.

A difícil trajetória de aquisição da SAF do Botafogo

A proposta de Textor envolve a criação de uma nova empresa nas Ilhas Cayman, estratégia que interna e externamente é vista com ceticismo. Fontes próximas à Eagle Football apontam que pressões e negociações agressivas não são a solução ideal, uma vez que a holding não vê viabilidade de venda da SAF enquanto não houver um controle efetivo no Botafogo.

Atualmente, a situação é delicada: não há um diagnóstico claro dos ativos e passivos da SAF, tornando a avaliação do clube ainda mais complexa. O litígio judicial provocado por Textor é um dos fatores que travam a discussão sobre a possibilidade de a própria Eagle capitalizar a operação, modelo que antecedeu o caso do Lyon, outro clube sob sua gestão. Em julho, se a aquisição tivesse sido concretizada como planejado, já haveria um panorama contábil e financeiro bem definido, facilitando uma possível oferta do empresário americano.

Desafios financeiros e novas parcerias

O histórico de Textor no Botafogo é marcado por decisões financeiras arriscadas. Depois de investir 200 milhões de dólares na SAF, o empresário se viu sem recursos e teve que recorrer a empréstimos. Para obter novos jogadores, Textor liberou o meia Danilo, prometendo pagar a dívida ao seu credor, Evangelos Marinakis, dono do Nottingham Forest, através de receitas futuras do Botafogo.

O enfraquecimento da posição de Textor na Eagle Football

O poder de decisão de Textor dentro da holding Eagle Football começou a ser questionado em abril, quando uma reunião do Conselho gerou discussões sobre a crise financeira enfrentada pelo Lyon e a necessidade de um reordenamento na administração do grupo. Desde então, com a aprovação da nomeação de Christopher Mallon como diretor independente, Textor passou a enfrentar dificuldades para tomar decisões sem o suporte da maioria no Conselho.

Com o novo estatuto social apresentado em maio, foi estabelecido que as decisões de diretoria agora exigem a maioria dos votos, sempre garantindo a inclusão do voto do diretor independente. Esse movimento foi interpretado como uma tentativa de estabilizar a operação da Eagle, que precisava urgentemente cumprir compromissos financeiros, como a venda do Crystal Palace.

O futuro do Botafogo em xeque

Recentemente, a SAF do Botafogo emitiu uma declaração negando a existência de planos para diluir a participação da Eagle na gestão do clube. Entretanto, com Textor ocupando a função apenas porque um juiz assim decidiu, a situação é tensa. A busca por investidores que consigam financiar a recompra da SAF é urgente, dada a incerteza de Textor em relação aos seus próprios recursos.

As expectativas em relação à recuperação da economia do Botafogo são realistas. Os sócios estão em busca do retorno do investimento de 450 milhões de euros realizado para que Textor assumisse o Lyon, e uma vez que ele perca o controle sobre a Eagle Football, novos planos poderão ser elaborados para garantir a estabilidade financeira do clube.

O futuro do Botafogo, e a posição de John Textor, permanecem vulneráveis a pressões externas e internas, mostrando que o cenário do futebol brasileiro se revela cada vez mais complexo e imprevisível nos âmbitos financeiro e esportivo.

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