Brasil, 16 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Hugo Motta dá andamento a pedidos de cassação contra Eduardo Bolsonaro

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, avança com quatro pedidos de cassação contra Eduardo Bolsonaro, em meio a tensões políticas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), movimentou o cenário político na última sexta-feira ao encaminhar ao Conselho de Ética quatro pedidos de cassação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os pedidos, que estavam parados na Mesa Diretora desde a sua protocolização, ganham destaque após a oposição (PT e PSOL) recorrer contra o parlamentar, que se encontra nos Estados Unidos desde março deste ano. Essa ação pode ser interpretada como uma estratégia de Motta para reverter a obstrução promovida pela oposição na semana anterior e resgatar o controle na Câmara.

A estratégia de Hugo Motta

Conforme informações de aliados próximos, Hugo Motta tem recebido conselhos para distanciar-se de Eduardo Bolsonaro e permitir que o deputado acumule faltas nas sessões, o que poderia levar à sua perda de mandato. Seguindo as normas internas, parlamentares que se ausentam sem justificativa de mais de um terço das sessões têm seus mandatos automaticamente cassados. Para Eduardo, essa marca pode ser alcançada ainda em outubro, se continuar o ritmo atual de ausências.

Segundo a liderança que assessora Motta, essa decisão não apenas indica uma tentativa de pacificar a Câmara, mas também sinaliza uma preocupação com a imagem da Casa Legislativa. A intenção seria demarcar um posicionamento diante de uma das vozes mais polêmicas da oposição, apresentando um gesto em direção ao centro político. Dessa forma, a presidência da Câmara tenta criar um ambiente menos conflituoso.

As acusações contra Eduardo Bolsonaro

Os pedidos de cassação citam diversas condutas que seriam incompatíveis com o decoro parlamentar, incluindo a tentativa de articulação de sanções contra autoridades brasileiras enquanto ele se encontra fora do país. Eduardo Bolsonaro, de acordo com os argumentos apresentados, teria apoiado tarifas elevadas impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e defendido sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Próximos passos do Conselho de Ética

O encaminhamento dos pedidos ao Conselho de Ética dá início a uma análise formal sobre a quebra de decoro parlamentar. O presidente do colegiado, Fábio Schiochet (União-PR), terá a responsabilidade de investigar as evidências e determinar se há justificativas para a aplicação de penas, que podem variar de advertências a cassação do mandato. A expectativa é que, num cenário em que as acusações se confirmem, as consequências sejam sérias.

A posição de Hugo Motta

Em uma entrevista, Hugo Motta expressou preocupação com a conduta de Eduardo Bolsonaro e os impactos que suas ações poderiam ter sobre o Brasil, afirmando que ele deveria usar sua influência para defender a inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro, ao invés de trabalhar contra os interesses do país.

– O deputado Eduardo Bolsonaro poderia estar cumprindo o papel de defender a inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro. Acho que é um direito de defesa amplo e deve ser respeitado, mas quando parte para um trabalho contra o país, que prejudica empresas, nossa economia, eu não acho razoável – destacou Motta.

Perspectivas futuras

Embora a situação esteja se desenrolando em um cenário político tenso, a abordagem de Motta, que é vista como técnica e baseada nas normas da Câmara, visa evitar um acirramento ainda maior do clima entre a oposição e os partidos governistas. Assim, diante das alegações e do trâmite administrativo, a movimentação pode sinalizar um novo capítulo nas relações políticas do Brasil, enquanto Hugo Motta tenta reequilibrar a dinâmica da Câmara dos Deputados.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, apoiou a decisão de Motta, ressaltando a importância de não tolerar a continuidade de ações que possam comprometer a soberania do país. Com essa divisão nas linhas políticas, observa-se que a Câmara dos Deputados está diante de um momento crucial que poderá redefinir as relações e influenciar decisões futuras.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes