Flamengo e Palmeiras: como a boa gestão gera receitas bilionárias

O futebol brasileiro tem visto um forte crescimento nas finanças de seus principais clubes, e Flamengo e Palmeiras são os protagonistas dessa evolução. Juntos, os dois times somam seis dos últimos dez títulos do Campeonato Brasileiro, um feito que não é apenas fruto da habilidade em campo, mas também de uma gestão financeira eficaz. Recentemente, os clubes divulgaram seus balanços do primeiro semestre, revelando que a receita conjunta ultrapassou a impressionante marca de R$ 1,4 bilhão.

A solidez financeira de Flamengo e Palmeiras

Os números são reveladores. O Flamengo, por exemplo, registrou receitas de R$ 657 milhões, um crescimento expressivo em comparação ao mesmo período do ano anterior. Por sua vez, o Palmeiras alcançou R$ 771 milhões, igualmente beneficiado por um aumento em várias áreas, como participações em competições e atividades comerciais. Ambos os clubes também se beneficiaram consideravelmente dos rendimentos gerados pela Copa do Mundo de Clubes, realizada recientemente nos Estados Unidos.

O economista Cesar Grafietti, sócio da consultoria Convocados e autor do blog Negócios do Esporte, oferece uma análise das receitas e diferenciações entre os dois clubes. Segundo ele, o Flamengo apresenta uma ampla rede de alcance que possibilita contratos comerciais mais valiosos e negociações de direitos de transmissão mais robustas, decorrentes de sua popularidade e história. Já o Palmeiras tem se esforçado para diversificar suas fontes de receita, cultivando um relacionamento forte e contínuo com sua torcida e utilizando suas categorias de base para a negociação de atletas.

A diferença nas estratégias de captação

Grafietti destaca as táticas distintas empregadas por cada clube. O Flamengo tende a investir em estrelas reconhecidas mundialmente, atraindo jogadores de peso para seu elenco. Em contrapartida, o Palmeiras prioriza a função dos atletas e mantém uma abordagem mais cautelosa em suas contratações, focando em jogadores que se encaixem bem no que a equipe precisa, ao invés de apostas em nomes muito comentados.

Além das diferenças nas contratações, os números de transações não podem ser ignorados no contexto financeiro dos clubes. No caso do Palmeiras, as vendas de jogadores têm um impacto profundo e direto nas finanças do clube. Em 2025, o clube já se aproximava de suas previsões financeiras de vendas, e em breve, espera-se um aporte significativo com a venda do volante Richard Ríos ao Benfica, que deverá render cerca de R$ 195 milhões.

O futuro financeiro de Flamengo e Palmeiras

No lado do Flamengo, o clube caminha para fechar seu maior contrato de patrocínio, avaliado em aproximadamente R$ 200 milhões anuais. Isso, quando combinado com as receitas de competições, solidifica ainda mais a sua posição financeira. Mas essa força econômica exige cautela: tanto Flamengo quanto Palmeiras precisam garantir um equilíbrio nas suas contas, evitando excessos que possam comprometer suas operações a longo prazo.

Grafietti ressalta que ambos os clubes estão em vantagem em relação aos outros por terem realizado um trabalho sólido de reestruturação em suas gestões financeiras. Embora as abordagens individuais variem, a consistência e a resistência demonstradas ao longo do tempo, além da implementação de boas práticas de governança, foram fundamentais para alcançar o atual patamar. A gestão de recursos foi feita de maneira prudente, investindo tanto em infraestrutura e categorias de base quanto em talentos jogando em campo.

Com todos esses fatores em jogo, Flamengo e Palmeiras não apenas se destacam pelo seu sucesso em campo, mas também servem como exemplos de como a boa gestão e a administração eficiente das finanças podem levar um clube a alcançar grandes alturas, garantindo um futuro financeiro promissor.