Brasil, 16 de agosto de 2025
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Famílias brasileiras deixam de resgatar até R$ 50 mil em benefícios de parentes falecidos

Desconhecimento e luto dificultam acesso a direitos financeiros, gerando prejuízos de até R$ 50 mil por perdido

As famílias brasileiras, abaladas pelo luto, deixam de resgatar, em média, entre R$ 10 mil e R$ 50 mil em benefícios a que os parentes falecidos tinham direito. O levantamento foi divulgado pela Planeje Bem, plataforma digital dedicada ao planejamento sucessório e apoio pós-perda.

Heranças invisíveis e falta de orientação financeira

De acordo com Carolina Aparício, diretora executiva e fundadora da Planeje Bem, a principal causa desse prejuízo é o desconhecimento sobre direitos financeiros e sociais em nome do falecido, chamados de “ativos invisíveis”. Somados ao luto, à burocracia e à ausência de orientação financeira, esses ativos acabam sendo esquecidos pelas famílias.

“Muitos acreditam que todos os bens passam obrigatoriamente pelo inventário, mas há diversos valores que podem ser resgatados facilmente, desde que saibam onde procurar. A falta de orientação clara no momento do luto dificulta esse processo”, explica Carolina.

Ativos negligenciados pelas famílias

Segundo dados coletados entre clientes da plataforma, os ativos mais esquecidos e seus respectivos percentuais de esquecimento são:

  1. Indenização do Seguro Obrigatório (DPVAT): 40%
  2. Benefícios trabalhistas (FGTS, PIS/Pasep, salário): 25% a 30%
  3. Contas bancárias, investimentos e consórcios: 25%
  4. Seguros de vida e acidentes pessoais: 20%
  5. Previdência privada (PGBL/VGBL): 20%
  6. Pensão por morte do INSS: 10%

Há também outros benefícios menos divulgados, sem uma estimativa precisa de esquecimento, como auxílios-funeral, milhas aéreas e carteiras virtuais vinculadas a cartões de crédito.

Resgate sem necessidade de inventário, mas com atenção aos prazos

Grande parte desses recursos de menor valor pode ser acessada de forma direta, sem passar pelo inventário, mas exige conhecimentos sobre prazos legais e documentação específica, frequentemente desconhecidos pelas famílias. A maior parte dos pedidos pode ser realizada online, contudo, é fundamental agir rapidamente, pois esses benefícios podem expirar.

Perfis mais propensos ao esquecimento

O levantamento aponta que os principais perfis que se esquecem dos ativos invisíveis são:

  • Homens representam de 65% a 70% dos casos de esquecimento, enquanto as mulheres correspondem a 30% a 35%;
  • A faixa etária predominante é de 25 a 45 anos, indicando uma necessidade de conscientização na juventude;
  • Parentes como sobrinhos, filhos ou netos, que muitas vezes assumem o cuidado inicial, acabam por esquecer desses benefícios após resolverem questões práticas, como o funeral.

As causas do esquecimento

No caso do DPVAT, o benefício mais ignorado, Carolina atribui ao choque emocional causado por mortes inesperadas em acidentes de trânsito. “O impacto emocional leva ao adiamento da busca por esses direitos. Muitas vezes a pessoa sabe que tem direito, mas deixa para depois, e o tempo passa”, explica.

Para auxílios trabalhistas, a diretora do Planeje Bem esclarece que, se os herdeiros estiverem de acordo, não é necessário aguardar o inventário para fazer o resgate. “Com um alvará judicial simples, é possível solicitar o pagamento, mesmo quando já há um inventário em andamento”, diz.

Já nas contas bancárias, investimentos e consórcios, o Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central tem facilitado o acesso aos valores, embora o desconhecimento sobre esses direitos ainda seja grande, especialmente devido ao esquecimento do próprio falecido ou à confusão de beneficiários em heranças de casamentos anteriores.

“Muitas pessoas esquecem que possuem determinados benefícios ou não atualizam os beneficiários, o que pode impedir o resgate. Por exemplo, alguém falecer na quarta esposa, e o benefício ainda estar registrado na primeira”, explica Carolina.

Segundo a especialista, ações simples podem evitar perdas financeiras consideráveis, mas a conscientização e o conhecimento sobre as possibilidades de resgate ainda precisam ser fortalecidos no Brasil.

Fonte: Agência Brasil

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