Brasil, 16 de agosto de 2025
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Especialista católico alerta para riscos da inteligência artificial e a necessidade de intervenção moral

Expert em bioética católica afirma que ainda há tempo de evitar os piores efeitos da inteligência artificial sobre a humanidade

À medida que a inteligência artificial (IA) se torna mais presente no cotidiano, um especialista em bioética católica alerta para os perigos decorrentes de sua expansão. Segundo ele, ainda é possível “colocar o gênio de volta na garrafa” e prevenir impactos negativos profundos na cultura e na formação das gerações.

O alerta de um Papa e os riscos para o desenvolvimento humano

O Papa Leo XIV já havia avisado sobre os efeitos nocivos da IA no desenvolvimento dos jovens e na preservação do senso de humanidade. Para o teólogo moral Charles Camosy, professor na Catholic University of America, essa preocupação mantém-se atual diante de uma revolução tecnológica semelhante à Revolução Industrial do século XIX.

“Estamos passando por uma mudança tecnológica que irá transformar completamente a cultura. Como podemos responder a isso?”, questiona Camosy durante entrevista ao programa “EWTN News In-Depth” no dia 15 de agosto.

IA e a promessa de uma herança duradoura

Na análise do especialista, a discussão sobre inteligência artificial pode vir a ser uma parte fundamental do legado papal, semelhante às ações de Leo XIII frente às transformações do seu tempo. “Resolver os desafios trazidos pela IA pode ser uma das mais duradouras realizações do pontificado de Leo XIV”, aposta.

De acordo com Camosy, a tecnologia impactará quase todos os aspectos da cultura atual. “Muitas pessoas não conseguem distinguir uma conversa com um ser humano de uma interação com um chatbot”, afirma. Para ele, essa confusão representa um problema sério, pois é fundamental manter a compreensão de que os humanos são feitos à imagem e semelhança de Deus, dotados de alma — algo que não pode ser replicado por máquinas.

Vulnerabilidade emocional e o papel da Igreja

O especialista destaca ainda a epidemia de solidão, que deixa muitos vulneráveis a interações artificiais. “Se alguém vive dependendo exclusivamente do seu smartphone e não consegue comunicar-se verdadeiramente, pode acabar se deixando levar por um chatbot que simula carinho e atenção”, explica.

Para Camosy, a Igreja já trabalha há anos com grupos específicos para debater os impactos éticos da IA. Ele cita o documento Antiqua et Nova: Note on the Relationship Between Artificial Intelligence and Human Intelligence como uma fonte católica importante que trata do tema. “Suspeito que o Papa atual já esteja em fases iniciais de elaboração de uma orientação oficial semelhante”, afirma.

Desafios éticos e a perspectiva futura

O especialista também aborda a relação entre IA e transumanismo, movimento que busca modificar a biologia humana por meio da tecnologia, potencialmente confundindo o artificial com o real. “Estamos vivendo um momento cultural crucial, perto de uma segunda Revolução Industrial. Felizmente, temos uma liderança como a do Papa Leo XIV para guiar a Igreja por esse caminho”, observa.

Camosy alerta que há promessas de que a IA ajudará a libertar o ser humano do trabalho, mas reforça: “O trabalho é parte essencial da experiência humana. Precisamos proteger os direitos dos trabalhadores e criar uma cultura que direcione a IA para servir às pessoas, e não o oposto”.

Por fim, ele destaca a necessidade de ações concretas de proteção ética e moral diante de uma tecnologia que, se não controlada, pode aprofundar problemas sociais e espirituais atuais.

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