O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fez críticas contundentes à exigência de licitações para a seleção de empresas em obras públicas. Em uma entrevista ao Flow Podcast, realizada na última quinta-feira (14), Zema argumentou que o processo licitatório, muitas vezes, atrasa as obras e impede a contratação de “empresas confiáveis”. A posição do governador se torna ainda mais relevante à medida que ele se prepara para lançar sua pré-candidatura à presidência neste sábado, em São Paulo.
O impacto das licitações nas obras públicas
Durante a entrevista, Zema enfatizou que as licitações trazem uma série de complicações legais que atrasam a execução de projetos. “O pior do Estado é a tal da licitação. As estradas em Minas Gerais que nós estamos recuperando, pontes que estamos construindo, tudo atrasa porque, toda hora, tem questionamento judicial”, destacou ele. Essa afirmação demonstra a frustração que muitos gestores públicos sentem com a burocracia envolvida nas obras públicas.
Comparação entre obras públicas e privadas
O governador também fez uma comparação entre a forma como as obras privadas são geridas em relação às públicas. “Quando você reforma sua casa ou gerencia seu negócio, pode contratar quem desejar. No governo, se eu escolho uma empresa confiável e conhecida, vão dizer que estou direcionando para ela”, explicou Zema, ressaltando que a burocracia impede a agilidade e a eficiência que seria possível em um setor privado.
Isso gera um dilema para os gestores públicos, que precisam balancear a legalidade e a efetividade de suas decisões. Zema complementou sua análise criticando o impacto dos questionamentos judiciais: “Quando uma companhia precisa fazer uma obra, ela tem de publicar uma licitação, aguardar diversas empresas que se interessaram apresentarem propostas, e, se a primeira ganhar, às vezes a segunda ainda entra na Justiça, alegando que a primeira não preenche um requisito”.
Desafios na gestão da saúde pública
No mesmo debate, Zema não poupou críticas ao sistema de administração dos hospitais estaduais. Ele defendeu que o modelo de Organizações Sociais (OSs) seria ideal para a gestão hospitalar, enfatizando que, quando um hospital é público, a situação “complica”. Essa declaração gera um debate importante sobre as formas de administração e os desafios que a saúde pública enfrenta em Minas Gerais e no Brasil de uma maneira geral.
Essas observações são um reflexo do que muitos brasileiros, especialmente os que vivem em estados com gestão pública complexa, enfrentam no cotidiano: a burocracia que muitas vezes impede o avanço e a melhoria dos serviços públicos. O ponto de vista de Zema pode influenciar seu eleitorado, à medida que ele busca se destacar como candidato à presidência.
Perfil de Romeu Zema
Romeu Zema é um empresário formado em Administração de Empresas e entrou para a política em 2018, quando foi eleito governador de Minas Gerais com 70% dos votos. Representando o partido Novo, ele se posicionou como um candidato inovador, com propostas que buscavam romper com a forma tradicional de política. Na reeleição de 2022, Zema foi novamente vitorioso no primeiro turno, recebendo 56% dos votos.
As críticas que faz agora, enquanto se prepara para uma nova candidatura, mostram sua intenção de se distanciar de práticas que, segundo ele, prejudicam a eficiência do governo. O futuro da administração pública dependerá não só da resposta à sua proposta, mas também da reação dos demais políticos e da sociedade em geral.
Com a sua pré-candidatura à presidência, será interessante observar como essas críticas às licitações e às práticas administrativas poderão ressoar entre os eleitores e influenciar as próximas eleições.
O governador Zema, assim, se posiciona como uma voz contra a burocracia, prometendo simplificar processos e buscar soluções mais ágeis para a administração pública, um tema que, sem dúvida, terá repercussão nas discussões políticas futuras.
