Brasil, 16 de agosto de 2025
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Tarifas dos EUA reduzem inflação e impactam mercado interno brasileiro

As tarifas impostas pelos EUA têm impacto deflacionário no Brasil, pressionando preços internos e influenciando as projeções de inflação.

Ainda que represente um desafio para o crescimento econômico, o efeito mais positivo das tarifas impostas no mercado interno brasileiro tem sido a redução dos índices de inflação, com projeções mais otimistas para 2025 e 2026, devido ao impacto na desaceleração dos preços domésticos.

Impacto das tarifas sobre a inflação e preços internos

Um dos principais motivos da desaceleração inflacionária é a redução na exportação de diversos produtos, que permanecem no mercado doméstico devido às restrições comerciais dos parceiros internacionais, especialmente os Estados Unidos, que vêm fechando portas e impondo exigências sem diálogo.

Segundo o Boletim Focus, a projeção de inflação para 2025 caiu de 5,17% para 5,05%, marcando a 11ª semana de redução. O Itaú revisou sua previsão de 5,2% para 5,1%, enquanto o Santander passou de 5,1% para 4,9%, mantendo 4,5% para 2026.

Consequências econômicas e mercado de trabalho

Entretanto, nem tudo são boas notícias: a imposição de tarifas pelos EUA, estimulada por setores da extrema direita, tem provocado o aumento do desemprego no Brasil, apontam especialistas e análises recentes, como a publicada pelo Valor Econômico.

Apesar de estar acima da meta, a inflação não apresenta aceleração preocupante, especialmente após o Banco Central elevar os juros de forma significativa no último semestre. Os índices de preços ao atacado também mostram queda, com o IGP-DI registrando deflação de 0,07% em julho, após uma redução de 1,8% em junho.

O índice de preços ao produtor (IPP) também evidencia essa desaceleração, com recuo de 2,5% no IPA industrial e de 8,73% no agrícola no acumulado do ano. As quedas mais acentuadas ocorreram em alimentos, especialmente com uma redução de 6,9% no IPCA referente aos produtos consumidos em domicílio, como destacou o economista Fábio Romão, da 4Intelligence.

Perspectivas de preços e alimentação no Brasil

Romão explica que a redução nos preços de alimentos deve se manter até agosto, decorrente de boas safras, efeitos temporários da gripe aviária e a valorização do real frente ao dólar. As projeções indicam quedas de até 15% em cereais e leguminosas, e uma alta menor, de 7,3%, nas carnes, que subiram 20,8% em 2024. Óleos e gorduras devem encerrar 2025 com uma redução de 2,5%, após altas em 2024.

Contudo, ele alerta que esse alívio será temporário e a inflação de alimentos deve voltar a subir no último quadrimestre, influenciada pela sazonalidade e pelos efeitos remanescentes do tarifaço dos EUA.

Impactos futuros e expectativas econômicas

O cenário de desaceleração inflacionária, mesmo com a inflação ainda ligeiramente acima da meta, traz certa tranquilidade aos analistas. As expectativas indicam que a inflação em 2025 poderá ficar em torno de 4,8%, próximo do último ano, sem acelerar de forma significativa.

Por outro lado, as tarifas impostas pelos EUA continuam a representar um vetor de instabilidade, com efeitos diretos na competitividade brasileira e no mercado de trabalho, efeito que ainda precisa ser monitorado à medida que novos dados e ajustes fiscais forem apresentados.

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