A Operação Ícaro, realizada pelo Ministério Público de São Paulo, desvelou um esquema de corrupção que envolvia pagamento de propinas a fiscais e profissionais ligados ao setor varejista, incluindo empresas como Ultrafarma, Fast Shop, OXXO e Kalunga. A investigação aponta que o fundador da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e outros empresários teriam se beneficiado de práticas ilícitas que resultaram em perdas para o fisco superior a R$ 1 bilhão.
Fraude bilionária e manipulação de créditos tributários
Segundo o MP, Sidney Oliveira, preso na operação, manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários indevidos, recebendo mensalmente pagamentos ilegais através de uma empresa registrada em nome de sua mãe. A operação constatou que ele já recebeu mais de R$ 1 bilhão em propinas, usadas para compensar dívidas fiscais de suas empresas.
Suspeitas em torno de empresas de fachada
Kimio, ligada à Smart Tax Consultoria e Auditória Tributária Ltda., aparece como uma “empresa de fachada” utilizada para recebimento de propinas bilionárias, de acordo com o Grup de Atuação Especial de Repressão à Formação de Cartel e à Lavagem de Dinheiro (Gedec). A investigação indica que Kimio teria crescido de R$ 411 mil, em 2021, para R$ 2 bilhões em patrimônio até 2023, investimento que, conforme apurado pelo MP, estaria relacionado à aquisição de criptomoedas com recursos provenientes dessas atividades ilícitas.
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O MP destacou que Agnaldo de Campos, contador da Smart Tax, e Artur, auditor responsável pela fiscalização, atuavam como “testa de ferro” na lavagem de recursos ilegais. Agnaldo teria conduzido negociações ilegais e mantido contato direto com Artur, sempre sendo informado sobre as operações.
Prisão e mandados de busca e apreensão
A operação envolveu 19 mandados, com a apreensão de mais de R$ 1 milhão, esmeraldas, criptomoedas e documentos que evidenciam a existência de uma estrutura criminosa sofisticada. Segundo o promotor de Justiça, Roberto Bodini, há indícios de que outras empresas do setor varejista também participaram do esquema de corromper fiscais e obter vantagens tributárias de forma ilícita.
Implicações futuras e possíveis desdobramentos
O crescimento patrimonial de Kimio e as movimentações financeiras suspeitas reforçam as suspeitas de uma ampla rede de corrupção no setor. A partir do andamento das investigações, o MP deve solicitar novas diligências e possíveis medidas de responsabilização contra outras empresas suspeitas de integrarem o esquema criminoso.
A operação reforça a necessidade de maior fiscalização e controle sobre práticas ilegais no setor financeiro e tributário, com o objetivo de coibir fraudes e recuperação de recursos públicos desviados.
Para saber mais detalhes, confira a reportagem completa no site do Globo.