Ao se reunir com Vladimir Putin na Base Aérea de Elmendorf, o presidente Donald Trump enfrenta um momento decisivo para o futuro da guerra na Ucrânia. A expectativa é se ele seguirá o modelo do Acordo de Dayton de 1995, buscando uma solução diplomática baseada no respeito à soberania, ou se cederá às exigências russas, arriscando uma escalada do conflito.
O legado da intervenção dos EUA na guerra da Bósnia
Há 30 anos, a intervenção liderada pelos Estados Unidos na guerra da Bósnia, sob orientação do então secretário de Estado Richard Holbrooke, conseguiu estabilizar a região após uma década de conflito. O acordo de Dayton, firmado após intensas negociações em Ohio, garantiu a integridade territorial da Bósnia e evitou uma maior tragédia humanitária. Essa experiência mostra a importância de negociações firmes e de princípios claros para alcançar a paz.
Os princípios para uma negociação entre Moscou e Kiev
Segundo analistas, uma potencial trégua na Ucrânia deve começar com um cessar-fogo imediato, sem condições prévias, além do reconhecimento da soberania e limites territoriais dos países envolvidos. “A reciprocidade e o reconhecimento de fronteiras por consenso são essenciais”, afirma Miriam Sapiro, especialista em política internacional. Além disso, o futuro da adesão da Ucrânia à NATO deve ser discutido em negociações formais, podendo incluir uma moratória de alguns anos sob garantias de segurança por parte do Ocidente.
Riscos de condescendência e a importância do fortalecimento diplomático
Se Trump ceder às demandas de Putin, corrobora uma narrativa de fato consumado que pode incentivar outros protagonistas globais, como a China, a avançar com suas ambições estratégicas. “Mostrar força é fundamental para assegurar que a Rússia não obtenha vantagens inaceitáveis”, destaca Sapiro. Para isso, o governo dos EUA deve estar disposto a ampliar sanções, inclusive na área energética, suspendendo importações de petróleo russo progressivamente, condicionando os alivios às ações de Moscou.
Impactos globais de uma decisão decisiva
O resultado desse encontro não determinará apenas o futuro imediato da Ucrânia, mas também terá efeitos no equilíbrio de poder mundial. Uma postura fraca dos EUA poderia estimular a China a avançar sobre Taiwan e outros espaços de influência, além de incentivar regimes autoritários a desafiar regras internacionais. Nesse contexto, a diplomacia e a firmeza são essenciais para evitar uma escalada maior, reforça especialista.
Conforme o especialista, “a postura do presidente Trump nesta hora será determinante não apenas para a paz na Europa, mas para o cenário geopolítico global nos próximos anos”.