No dia 15 de agosto de 2025, ocorreu uma celebração significativa em Roma marcando o VI centenário da oblação de Santa Francisca Romana, co-patrona da cidade. Em mensagem especial às Irmãs Oblatas de Santa Francisca Romana, o Papa Leão XIV ressaltou o compromisso das religiosas em serem uma “escola de caridade operosa” e um exemplo de espiritualidade, organização e entrega a Cristo e à Igreja.
Um legado de fé e caridade
O Papa iniciou sua mensagem lembrando o legado de Santa Francisca Romana, que, junto com nove companheiras, fez sua oblação no dia da Assunção de 1425. Leão XIV destacou que Francisca viveu uma vida exemplar, equilibrando suas responsabilidades como esposa e mãe enquanto se dedicava ao serviço aos mais necessitados. Segundo o Pontífice, essa dedicação é uma continuação da santidade da Madre fundadora, que “gerou Cristo no mundo” por meio de sua fé e ações.
As Oblatas de Santa Francisca Romana surgiram como um pequeno grupo de mulheres da nova nobreza romana, que, mesmo residindo em suas casas, se comprometiam a viver uma vida cristã mais profunda, através da frequência aos sacramentos e ações de caridade. Esta evolução ao longo de seis séculos teve como base a Regra de São Bento, transformando o mosteiro em um exemplo de caridade ativa e espiritualidade. O Papa enfatizou essa posição da comunidade, que representa um ideal de entrega a Cristo e à Igreja.
Uma chamada à ação apostólica
Em sua mensagem, Leão XIV evocou a imagem de Santa Francisca como um farol de orientação espiritual para as mulheres da Igreja contemporânea. O Papa pontuou a necessidade de mulheres “apaixonadas pelo Evangelho”, que desejam servir a Deus com humildade. Ele se lembrou, ainda, de citações do Papa Eugênio IV, destacando o zelo que as Oblatas devem manter por seu compromisso espiritual e pelo serviço à comunidade.
A importância do radicalismo evangélico
Leão XIV mencionou também o legado de São João Paulo II, que, em 1984, incentivou as Oblatas a viverem um radicalismo evangélico, caracterizando-se por disciplina, renúncia e generosidade. O Papa assinalou três virtudes que definem Santa Francisca Romana: seu zelo por Cristo, sua docilidade à guia espiritual e seu compromisso com a unidade da Igreja. Este legado continua a ser relevante, tanto para a comunidade religiosa quanto para a sociedade moderna.
Um espaço de espiritualidade e acolhimento
Localizado próximo ao Capitólio de Roma, o Mosteiro de Tor de’ Specchi representa um “oásis” de paz e espiritualidade no contexto urbano. O Papa Leão XIV expressou que este local é uma “lâmpada para a história e o caminho de um povo”, enfatizando a necessidade de locais que promovam a paz interior e a conexão com Deus, especialmente em tempos de agitação e superficialidade.
O Papa termina sua mensagem pedindo que as Oblatas se inspirem nas orações de sua fundadora e sigam à frente na missão de servir à Igreja. O cardeal Fortunato Frezza foi mencionado como anjo da guarda espiritual da comunidade, acompanhado durante esta celebração significativa no Mosteiro, onde as religiosas foram convidadas a olhar para o futuro com esperança e confiança.
As origens e a evolução do mosteiro
Desde a sua criação, o mosteiro teve como base a Regra beneditina e buscou um forte sentido de comunidade. As Oblatas inicialmente viveram com suas famílias, mas em 1433, adquiriram uma casa no Capitólio onde puderam se dedicar completamente à vida religiosa. Santa Francisca uniu-se ao grupo após a morte de seu marido e passou a liderar a comunidade pelo caminho espiritual e material. Sua vida de devoção intensa a levou à morte em 9 de março de 1440, onde ela continuou a inspirar o amor e a dedicação à Igreja.
Com uma rica história de mais de seis séculos, o Mosteiro de Tor de’ Specchi permanece como um símbolo de fé e caridade, refletindo a determinação de suas fundadoras e a relevância contínua da mensagem de Santa Francisca Romana nos dias atuais.
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