O Banco do Brasil (BB) divulgou nesta quinta-feira (15) que registrou seu menor lucro em quase cinco anos, com uma queda de 60% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2024, totalizando R$ 3,8 bilhões. O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que previa um lucro de R$ 5 bilhões. A instituição também anunciou redução no pagamento de dividendos para 30%, uma das primeiras desde 2018, afetando o mercado e as ações da instituição.
Razões para o mau desempenho financeiro do BB
A queda no lucro do Banco do Brasil foi influenciada por um aumento expressivo nas provisões para perdas com créditos duvidosos, que dispararam 104%, atingindo R$ 15,9 bilhões. Segundo o banco, as novas regras contábeis, que entraram em vigor em janeiro, exigem maior rigor na contabilização dessas provisões, além de uma redução na contabilização de juros de empréstimos considerados de baixa qualidade.
Além disso, a inadimplência no setor do agronegócio contribuiu para o resultado negativo, uma vez que a carteira desse segmento vem sendo impactada pelo aumento de pedidos de falência por produtores rurais. A autoridade também apontou que o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) caiu para 8,4%, o menor desde 2016, demonstrando uma diminuição na performance do banco.
Ações do BB caem quase 18% em 2024
As ações do Banco do Brasil, negociadas na Bolsa de Valores (B3) sob o código BBAS3, acumulam uma queda de 17,9% neste ano, após uma perda de 13% em 2024. Essa redução ocorre após a instituição informar que irá diminuir a distribuição de dividendos de 40-45% para 30%, uma medida que impacta também as contas públicas, pois mais da metade das ações pertence ao governo federal.
A CEO do BB, Tarciana Medeiros, afirmou que “2025 é um ano de ajuste, antes de acelerarmos o crescimento”. Além disso, o banco voltou a projetar um lucro para 2025, que havia sido retirado em maio devido à alta inadimplência no setor do agronegócio. A nova estimativa indica uma queda de pelo menos 34% no lucro anual comparado a 2024, elevando as preocupações dos investidores.
Impactos e perspectivas futuras
O desempenho mais fraco do Banco do Brasil reforça os desafios do setor bancário diante de novas regulações e do aumento da inadimplência. Analistas apontam que o resultado deve pressionar a rentabilidade do banco ao longo de 2025 e afetar a relação com o governo, que detém mais da metade das ações.
A coletiva de imprensa do banco está marcada para esta sexta-feira, quando a diretoria deverá detalhar estratégias para o próximo ciclo e possíveis medidas para retomar o crescimento. Especialistas avaliam que o banco precisará avançar na gestão de riscos e na diversificação de sua carteira para se recuperar.
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