Brasil, 15 de agosto de 2025
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Justiça decreta prisão de dono de clínica clandestina em SP

Douglas Navarro Alves é acusado de tortura e cárcere privado em clínica de Ribeirão Pires. Entenda os detalhes dessa tragédia.

A recente ação da Justiça de São Paulo trouxe à tona uma série de crimes gravíssimos cometidos dentro da Comunidade Terapêutica Libertar, uma clínica clandestina localizada em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo. O responsável pela instituição, Douglas Navarro Alves, foi alvo de uma prisão preventiva decretada após a descoberta de um ambiente de tortura e cárcere privado, resultando na internação forçada de dependentes químicos.

Acusações graves e contexto da operação

O Ministério Público de São Paulo iniciou uma investigação sobre a Comunidade Terapêutica Libertar, levando à ação judicial que culminou na prisão de Navarro e no fechamento da clínica. Documentos judiciais revelam que ao menos 30 internos passaram por abusos, incluindo agressões físicas e psicológicas sob a falsa premissa de recuperação. De acordo com o promotor do caso, Jonathan Vieira de Azevedo, as circunstâncias da clínica constituíam não apenas um tratamento inadequado, mas práticas sistemáticas de tortura.

Funcionamento irregular e fechamento oficial

A clínica, localizada na Estrada Adutora, no bairro de Pereira Barreto, já era alvo de denúncias e fiscalizações anteriores. A Prefeitura de Ribeirão Pires confirmou que a instituição operava sem a documentação necessária, mesmo após ter sido interditada em outras ocasiões. O fechamento oficial aconteceu em agosto de 2023, após uma nova onda de denúncias e a resistência de Navarro em acatar as ordens judiciais.

Os relatos de abusos são estarrecedores. Os internos, muitos dos quais ingressaram na clínica voluntariamente, encontraram-se em um verdadeiro cárcere, com limitações severas de liberdade. Alguns foram mantidos contra sua vontade por períodos de até três meses.

A prática de tortura na clínica

As denúncias de tortura incluem agressões físicas, humilhações severas e tratamentos desumanos. Os internos relataram experiências traumatizantes, como serem submetidos a banhos gelados, socos e chutes. Além disso, foram usados coquetéis de medicamentos para sedação, conhecidos entre os internos como “danoninhos”, aumentando o nível de controle e submissão a que estavam expostos.

Um dos depoimentos mais impactantes à polícia inclui um interno que afirmou ter sido amarrado e espancado durante sete dias consecutivos após tentar fugir do local. Esses relatos, somados às evidências que apontam para um ambiente de “depósito humano”, foram o cerne das acusações que levaram à ação do Ministério Público.

Medidas do Ministério Público e vigilância sanitária

O promotor Azevedo enfatizou que a operação para fechar a Comunidade Terapêutica Libertar é apenas o início de um esforço maior para investigar e desmantelar outras clínicas que operam de maneira irregular na região. De acordo com ele, as ações futuras focarão em estabelecimentos que exploram famílias e pacientes, vulnerabilizando seres humanos e exacerbando problemas sociais.

“Registros mostram que os operadores dessas instituições estão explorando o sofrimento de famílias e abusando da vulnerabilidade dos dependentes químicos. Estamos comprometidos em salvaguardar os direitos humanos e garantir que os responsáveis por essas atrocidades sejam punidos”, afirmou o promotor.

Consequências e punições

A pena para Douglas Navarro Alves pode ultrapassar 20 anos de prisão, além de possíveis sanções financeiras pelas vítimas. A legislação brasileira prevê que a internação de dependentes químicos pode ocorrer somente com o consentimento do indivíduo ou, em casos específicos, por solicitação de um familiar. Assim, a prática de internação coercitiva, como a que ocorreu na Comunidade Terapêutica Libertar, é claramente ilegal.

A continuidade das operações do Ministério Público e da Vigilância Sanitária sublinha a importância de um sistema de controle mais rigoroso sobre as instituições que cuidam de dependentes químicos, assegurando que práticas como as que ocorreram em Ribeirão Pires não sejam mais toleradas.

O caso chocante revela não apenas a necessidade urgente de melhorar a supervisão legal sobre clínicas e centros de tratamento, mas também a importância de um diálogo contínuo acerca dos direitos dos dependentes químicos e das famílias afetadas por essa crise social. O fechamento da Comunidade Terapêutica Libertar é um passo crucial na luta para garantir que tais violações não se repitam.

Para mais informações sobre essa e outras questões relacionadas à saúde pública e direitos humanos, acompanhe atualizações em fontes confiáveis e esteja atento às operações do Ministério Público em sua região.

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