A partir de 21 de agosto, o governo Lula realizará a migração automática de aproximadamente quatro milhões de contratos antigos de empréstimos consignados das carteiras dos bancos, direcionando-os para a plataforma “Crédito do Trabalhador”. A iniciativa busca facilitar o acesso ao crédito, eliminando a necessidade de convênios entre empresas e bancos.
Objetivos da migração e facilitação para os trabalhadores
Segundo acordo entre a Dataprev, responsável pela processamento de dados, e o Ministério do Trabalho, o processo deve ser concluído até novembro. Essa mudança visa permitir que os trabalhadores acessem a nova sistemática por meio de aplicativo de celular, podendo escolher a instituição financeira com as melhores condições de taxas e prazos de pagamento, sem a necessidade de intermediários comerciais.
Problemas anteriores e debates
Desde março, quando o sistema atual entrou em funcionamento, trabalhadores relataram dificuldades ao tentar renegociar contratos antigos ou obter novos empréstimos via plataforma. Apesar de todas as etapas do programa terem sido concluídas em julho, esses trabalhadores continuam enfrentando obstáculos para acessar os benefícios do novo modelo.
Novas regras e fiscalização
Até o final deste mês, será instalado o Comitê Gestor do Crédito do Trabalhador, composto por representantes dos ministérios do Trabalho, da Fazenda e da Casa Civil. A principal tarefa do colegiado será estabelecer limites para juros e penalidades por cobranças abusivas, além de monitorar instituições financeiras com taxas excessivas.
Dados do programa e impacto no mercado
Desde o início do funcionamento do Crédito do Trabalhador, em março, o sistema movimentou R$ 27,5 bilhões, beneficiando 3,878 milhões de trabalhadores com 5,557 milhões de contratos, com uma taxa média de juros de 3,58% ao mês. Segundo o Ministério do Trabalho, 60% dos empréstimos destinam-se a trabalhadores com renda de até quatro salários mínimos.
O secretário de Políticas de Proteção ao Trabalhador, Carlos Augusto Gonçalves Júnior, afirma que o programa é atualmente a opção mais vantajosa para trabalhadores CLT em comparação ao cartão de crédito rotativo, cheque especial e créditos pessoais. No entanto, ele ressaltou que a equipe do ministério discute maneiras de reduzir ainda mais as taxas de juros.
Desafios e expectativas futuras
Apesar do sucesso, há desafios, como a redução das taxas e a ampliação do acesso, especialmente para trabalhadores com menor renda e menor tempo de emprego. A migração automática tende a consolidar o modelo mais acessível e transparente, promovendo maior inclusão financeira no país.
A expectativa do governo é que essa iniciativa contribua para a maior democratização do crédito consignado, fomentando a estabilidade financeira dos trabalhadores e aprimorando a regulamentação do setor.
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Fonte: O Globo
