Segundo uma fonte do setor de agronegócios, o exportador brasileiro tem observado uma tendência de enviar grãos, como o café, para produtores na Europa, que posteriormente transformam o produto em café pronto na lata. A estratégia visa, entre outros motivos, driblar tarifas e otimizar a logística de exportação, mas também levanta questões legais.
Funcionamento da triangulação de produtos
De acordo com o setor, o procedimento consiste em vender o grão para um produtor europeu, que realiza o processamento localmente e, após a transformação, envia o produto final para os Estados Unidos. Segundo o especialista ouvido, essa prática já é comum na Europa e deve se intensificar nos próximos anos.
“A Europa faz muito isso. Esse café entra lá e, de lá, vai para os EUA. Isso eu acho que vai acontecer”, afirmou uma fonte do setor de exportação, que pediu para não ser identificada. Essa estratégia, porém, pode encarecer o produto final e gerar questionamentos junto às autoridades fiscais e aduaneiras.
Riscos e implicações legais
Especialistas alertam que essa triangulação pode ser considerada uma tentativa de burlar tarifas ou regulamentos comerciais, o que pode acarretar penalidades legais e bloqueios de exportação. Além disso, o processo pode elevar os custos, prejudicando a competitividade do produto brasileiro.
Regulação e fiscalização
Segundo análise do setor de comércio exterior, há uma crescente preocupação das autoridades brasileiras em monitorar práticas que possam configurar evasão fiscal ou fraude na cadeia de produção. O governo tem intensificado a fiscalização para evitar prejuízos fiscais e proteger a reputação do setor agrícola nacional.
Perspectivas para o mercado
Especialistas afirmam que, apesar do aumento potencial na triangulação de produtos, a transparência nas operações será decisiva para evitar problemas futuros. O setor deve precisar de maior controle para garantir a legalidade das operações e manter a competitividade internacional do café brasileiro.
Mais informações sobre o tema podem ser encontradas na reportagem do G1.
