Brasil, 16 de agosto de 2025
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Exoneração de assessor na Alesp após operação da Polícia Federal

Roque Araújo Neto foi exonerado após ser alvo de investigação de corrupção na Prefeitura de São Bernardo do Campo.

Roque Araújo Neto, assessor parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), foi exonerado nesta sexta-feira (15) após ser alvo de uma operação da Polícia Federal que busca desmantelar um suposto esquema de corrupção na Prefeitura de São Bernardo do Campo. A medida foi tomada em meio a uma série de investigações que envolvem figuras-chave na política local.

Investigação de corrupção em São Bernardo do Campo

O assessor trabalhava no gabinete da deputada Carla Morando (PSDB), recebendo um salário mensal de R$ 8,2 mil. A deputada é esposa do ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, que atualmente ocupa a função de secretário de Segurança Urbana da cidade de São Paulo. O vínculo de Neto com a deputada gerou repercussões significativas, especialmente após seu nome ser citado no relatório da Polícia Federal.

Segundo os documentos da PF, Roque Araújo Neto teria recebido uma quantia de R$ 390 mil do operador identificado como Paulo Iran Paulino Costa. Este último, que também ocupava um cargo de assessor no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL), é apontado como um dos responsáveis por distribuir recursos financeiros entre diversos agentes públicos envolvidos no esquema.

A deputada Carla Morando expressou sua surpresa em relação às notícias ligadas ao esquema e ao envolvimento de seu assessor nas investigações. “Assim que tomei conhecimento dos fatos, determinei a exoneração imediata do servidor, que exercia apenas funções de apoio junto à comunidade, sem qualquer atribuição administrativa no gabinete. Confio na apuração da Justiça e, caso seja comprovado o envolvimento, que o responsável seja punido com o rigor da lei”, afirmou a parlamentar em nota.

A crise na administração pública e o afastamento do prefeito

O desdobramento das investigações não se limitou ao assessor, pois a operação da Polícia Federal aponta também para o possível envolvimento do prefeito Marcelo Lima (Podemos), que foi afastado do cargo por um ano em decorrência das mesmas. A Justiça decidiu que ele deve usar uma tornozeleira eletrônica e está proibido de sair de casa durante a noite e em fins de semana. Além disso, o prefeito não pode ter contato com outros investigados.

Com o afastamento de Lima, a vice-prefeita Jéssica Cormick (Avante) assume o cargo. Cormick, que tem 38 anos e é sargento da Polícia Militar de São Paulo desde 2005, deixou a corporação no ano passado para se juntar a Marcelo Lima na chapa, ocupando a posição de vice.

O impacto das investigações na cidade

A operação da Polícia Federal revelou um esquema mais amplo de corrupção e lavagem de dinheiro, que já rendeu a apreensão de cerca de R$ 14 milhões em um dos imóveis envolvidos. A PF destaca que esses recursos, incluindo uma parte em dólar, foram encontrados com um servidor que atua como operador financeiro do prefeito. Os indícios de corrupção se estendem a vários contratos firmados nas áreas de obras, saúde e manutenção dentro da prefeitura.

Além de Neto e Lima, a operação resultou em prisões de dois empresários e de um servidor municipal. As investigações continuam em andamento, e cerca de R$ 1,9 milhão em dinheiro vivo foi apreendido, mas a contagem ainda está sendo finalizada.

O esquema de corrupção e suas conexões com figuras políticas locais não apenas impactam a reputação do governo municipal, mas também levantam questões sobre a transparência e a integridade nas administrações públicas do Brasil. As repercussões dessa operação ainda devem ser sentidas em São Bernardo do Campo e nas esferas políticas envolvidas nos próximos meses.

As autoridades seguem vigilantes e os cidadãos aguardam ansiosamente por desdobramentos que possam assegurar a responsabilização dos envolvidos e a reestruturação da confiança nas instituições públicas.

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