Brasil, 15 de agosto de 2025
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Estados Unidos cancelam vistos da família do ministro Alexandre Padilha

O Departamento de Estado dos EUA revogou vistos de familiares do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em meio a polêmicas do programa Mais Médicos.

Na última sexta-feira (15), os Estados Unidos tomaram a decisão de cancelar os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde brasileiro, Alexandre Padilha. É importante ressaltar que o próprio ministro possui um visto vencido desde 2024, o que o torna imune a este tipo de revogação. Essa medida gera repercussão, especialmente em um momento em que a relação entre Brasil e Estados Unidos está sob escrutínio, especialmente no que diz respeito às políticas de saúde e trabalho.

Motivos do cancelamento dos vistos

Nesta semana, o Departamento de Estado dos EUA, liderado pelo secretário de Estado Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos de diversos funcionários brasileiros. A decisão reflete a acusação de que esses indivíduos contribuíram para um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano” por meio do programa Mais Médicos, iniciativa criada para levar médicos a áreas carentes de atendimento no Brasil.

Entre os vistos cancelados estão os do secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Julio Tabosa Sales, e de Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais da pasta, que atualmente é coordenador geral da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).

A história do programa Mais Médicos

O programa Mais Médicos foi instituído em 2013 durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff e tinha como finalidade promover assistência médica em regiões remotas e com escassez de profissionais. Durante os anos de sua execução, de 2013 a 2018, médicos cubanos integraram a iniciativa, através de uma cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Alexandre Padilha, que foi ministro da Saúde no período de implementação do programa, destacou a importância do Mais Médicos em sua defesa contra as sanções impostas. Ele comentou que, “o programa sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja”, ressaltando sua relevância no enfrentamento das disparidades em saúde no Brasil.

Impacto das sanções dos EUA nas relações Brasil-Cuba

Os Estados Unidos mantêm um extenso bloqueio econômico a Cuba há mais de 60 anos, com o objetivo declarado de promover a mudança de regime na ilha. A exportação de médicos cubanos é uma das principais fontes de receita do país caribenho, devido aos obstáculos impostos pelo bloqueio. O governo anterior dos EUA, sob a liderança de Donald Trump, tinha como estratégia constranger os países que recebem médicos cubanos, promovendo sua retirada.

Desde a década de 1960, o programa de cooperação cubano enviou cerca de 605 mil médicos para 165 nações, demonstrando sua significativa presença global. Países como Portugal, Ucrânia, Rússia, Espanha, Argélia e Chile são apenas alguns dos locais que se beneficiaram do expertise cubano na área da saúde.

Mudanças no Mais Médicos sob diferentes administrações

No Brasil, o programa Mais Médicos passou por mudanças significativas durante os governos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a gestão Bolsonaro, o programa foi rebatizado para “Médicos pelo Brasil” e a cooperação com a Opas foi encerrada. Em 2013, após uma reformulação substancial, o programa foi reimplementado com prioridade para profissionais brasileiros, além de incluir novas áreas da saúde como odontologia, enfermagem e assistência social.

As recentes ações da administração Biden, ao revogar os vistos de familiares de Padilha e outros funcionários brasileiros, indicam uma intenção de reavaliar a postura em relação ao Brasil e a Cuba, evidenciando a complexidade das relações diplomáticas na área da saúde.

As vozes de apoio ao programa Mais Médicos continuam a ecoar, ressaltando sua importância nas comunidades carentes do Brasil e seu papel fundamental na redução das desigualdades em saúde, mesmo frente às pressões externas.

O contexto atual e as decisões futuras em relação ao programa e à cooperação internacional na área da saúde continuarão a ser objeto de discussão intensa e análise crítica entre especialistas e a população.

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