CHICAGO — Os democratas do Texas estão se movendo em direção ao fim de uma greve que durou quase duas semanas, protestando contra o redesenho dos mapas da Câmara dos Representantes dos EUA antes das eleições de 2026. O retorno dos legisladores democratas às sessões legislativas está condicionado ao fim de uma sessão especial promovida pelos republicanos do Texas e à liberação de uma proposta de mapa redimensionado pela Califórnia, ambos esperados para ocorrer na sexta-feira.
Contexto da Situação
A greve dos democratas ocorreu em resposta à intenção do governador republicano do Texas, Greg Abbott, de aprovar novos mapas que potencialmente dariam ao GOP cinco cadeiras adicionais viáveis antes das eleições de meio de mandato do próximo ano. O presidente da Câmara, Dustin Burrows, já manifestou que, se os democratas não voltarem na próxima reunião prevista para sexta-feira, a sessão atual será encerrada e o governador iniciará imediatamente outra sessão. Essa manobra ambiciona garantir uma recuperação da maioria republicana na Câmara dos Representantes, com a pressão contínua do ex-presidente Donald Trump para evitar que os democratas recuperem o poder, como ocorreu nas eleições de 2018.
Consequências e Ameaças Jurídicas
O panorama se complica ainda mais, pois os democratas estão cientes de que precisam se reunir no Texas para construir um registro legislativo sólido que possa ser utilizado em uma futura batalha jurídica contra o novo mapa proposto. O deputado estadual Gene Wu, líder dos democratas na Câmara, enfatizou: “Agora, à medida que os democratas de todo o país se juntam à nossa luta para fazer com que esses mapas falhem em seu propósito político, estamos preparados para trazer essa batalha de volta ao Texas nas condições adequadas e levar essa luta aos tribunais.”
Estratégia dos Democratas
Os democratas do Texas, que atualmente são minoria em ambas as câmaras legislativas, fugiram para Illinois, Nova York e Massachusetts no dia 3 de agosto para impedir que a Assembleia Legislativa aprovasse qualquer projeto de lei durante sua ausência. Eles consideram importante esperar até que os democratas da Califórnia apresentem sua proposta de redesenho dos mapas, para garantir que suas ações estejam coordenadas. Wu já disse: “Queremos ter certeza de que o bastão esteja plenamente em suas mãos antes de o soltarmos.”
Ameaças e Consequências Legais
As consequências para os legisladores ausentes não são triviais. O governador Abbott solicitou ao tribunal mais alto do estado que removesse Wu do cargo, enquanto outros oficiais republicanos fizeram ameaças de prisão. O senador dos EUA John Cornyn declarou ter solicitado à FBI a ajuda das autoridades do Texas para localizar os legisladores que faltaram. Além disso, o procurador-geral Ken Paxton pediu a remoção de 13 membros da assembleia. Desde que a Câmara adotou novas regras em 2021 após uma greve semelhante relacionada à legislação de restrição de votação, os legisladores enfrentam multas de até R$ 500 por dia em que estiverem ausentes.
Mapas Eleitorais no Texas e na Califórnia
Atualmente, o Texas possui 38 distritos congressionais, dos quais 25 são controlados por republicanos. Por sua vez, a Califórnia tem 52 assentos na Câmara, dos quais os democratas controlam 43. Essa diferença de representação é um reflexo de uma luta política acirrada entre as duas partes, que se intensifica à medida que se aproximam as eleições.
O desenrolar desta situação promete ser um campo de batalha tanto legislativo quanto legal, com implicações significativas para o futuro político de ambos os estados. A pressa dos republicanos em estabelecer novos mapas mostra que a luta pelo controle da Câmara segue intensa e com consequências profundas para a dinâmica política nacional.
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Este artigo é uma análise da atual crise política no Texas e sua relevância nas eleições futuras, ressaltando as estratégias e desafios enfrentados pelos democratas em sua resistência às manobras republicanas. Acompanhe os desdobramentos deste cenário no contexto político brasileiro.
