O Brasil atingiu, no segundo trimestre de 2025, o menor contingente de pessoas em busca de emprego desde 2012, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) trimestral divulgada nesta sexta-feira (15). Este dado aponta uma recuperação significativa do mercado de trabalho, com redução de 21% no número de desocupados em comparação ao mesmo período do ano passado.
Mercado de trabalho em movimento e recordes históricos
De acordo com o IBGE, o número de trabalhadores procurando emprego caiu para 1,913 milhão, o menor desde o início da série estatística. O dado representa uma diminuição de cerca de 500 mil pessoas em busca de trabalho, em comparação com os 2,4 milhões registrados no segundo trimestre de 2024. A redução favorece a sensação de melhora na conjuntura econômica do país, que também apresentou números recordes em emprego formal e remuneração.
O levantamento revela ainda que a taxa de desemprego no Brasil, no segundo trimestre, ficou em 5,8%, a menor da série histórica iniciada em 2012. Além disso, o número de ocupados com carteira assinada atingiu 39 milhões de pessoas, enquanto o rendimento médio mensal chegou a R$ 3.477, conforme dados da PNAD mensal.
Redução registrada em todas as regiões
Ao analisar os estados, o IBGE constatou que a taxa de desemprego caiu em 18 das 27 unidades federativas, com variações que vão de 2,2% (Santa Catarina) a 10,4% (Pernambuco). Destacadamente, 12 estados alcançaram seus menores níveis históricos de desemprego para o segundo trimestre, incluindo Santa Catarina (2,2%), Mato Grosso do Sul (2,9%) e São Paulo (5,1%).
Dinâmica regional e expectativas para o mercado
Segundo William Kratochwill, analista da pesquisa, a tendência de queda na procura por trabalho, especialmente entre quem busca há mais de um ano, indica um mercado mais aquecido e resistente às crises. “Este ano, o mercado está gerando oportunidades que estão absorvendo até mesmo aqueles que tinham maior dificuldade de encontrar emprego”, afirmou.
Ele explica ainda que, diferentemente de anos anteriores, quando o desemprego costumava subir no começo do ano devido à dispensa de temporários, 2025 apresenta um quadro distinto de maior estabilidade e geração de vagas.
Impactos na economia e perfil do trabalhador
Os efeitos dessa melhora se refletem na redução da informalidade, que atualmente representa 37,8% da população ocupada, além do aumento no número de postos de trabalho formais e na melhora nos salários. “Isso traz um vigor maior ao mercado de trabalho e melhora as condições dos trabalhadores”, avaliou Kratochwill.
O levantamento também destacou diferenças no perfil dos desempregados. A taxa foi mais alta entre mulheres (6,9%) e pretos e pardos, com 7% e 6,4%, respectivamente. Quanto ao nível de instrução, pessoas com ensino médio incompleto tiveram a maior taxa de desemprego (9,4%), enquanto quem possui nível superior completo apresentou a menor (3,2%).
Perspectivas e continuidade da recuperação
A redução expressiva do desemprego e o fortalecimento do mercado de trabalho em 2025 trazem sinais positivos para o cenário econômico brasileiro, que, segundo especialistas, deve continuar apresentando evolução favorável. A tendência de geração de empregos e melhora na remuneração reforçam a perspectiva de uma recuperação mais sólida para o país nos próximos trimestres.
Para conferir outros detalhes sobre o mercado de trabalho e os dados regionais, acesse a reportagem completa da Agência Brasil.