A Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) tomou medidas drásticas nesta sexta-feira (15) ao exonerar dois servidores envolvidos em um esquema de corrupção na prefeitura de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. As denúncias atingem, segundo os investigadores, o prefeito afastado, Marcelo Lima, do Podemos, que é acusado de liderar o esquema ilícito.
Investigação e exonerações
Os servidores exonerados são Paulo Iran Paulino da Costa e Roque Araújo Neto. Paulo Iran, que está foragido, foi encontrado com mais de R$ 12 milhões e US$ 150 mil (aproximadamente R$ 808 mil) em sua residência. Além disso, diversas provas foram obtidas, apontando que o montante era utilizado para cobrir as atividades de corrupção relacionadas ao prefeito afastado. De acordo com documentos obtidos, Paulo Iran atuava no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL) e constituiu advogados para solicitar acesso aos autos, a fim de defender seu lado na investigação.
Roque Araújo Neto, por outro lado, é assessor parlamentar desde 2021 e foi lotado no gabinete da deputada estadual Carla Morando (PSDB), esposa do ex-prefeito Orlando Morando, que atualmente é secretário de Segurança Urbana da capital paulista. A participação de Roque nas investigações o posiciona como um “personagem relevante”, uma vez que seu nome aparece em registros financeiros ligados a Paulo Iran, apontando um recebimento de R$ 390 mil.
Indícios de envolvimento com corrupção
Um relatório elaborado pelo Ministério Público de São Paulo detalha que um crédito significativo de R$ 390 mil está relacionado diretamente a uma anotação que menciona “Roque”. Essa evidência sugere fortemente a participação ativa do assessor no manejo e disponibilização de valores momentaneamente ilícitos, tornando seu envolvimento com o esquema de corrupção bastante evidente.
A exoneração de ambos os servidores é um passo importante na tentativa de conter a corrupção que, segundo os promotores, comprometeu a administração pública de São Bernardo. As investigações têm focado não apenas na questão financeira, mas também em um sistema mais amplo que envolvia diversos atores na prefeitura.
Reação da deputada Carla Morando
Em nota, a deputada Carla Morando expressou sua surpresa em relação às notícias que surgiram a respeito da relação de Roque Araújo Neto com as investigações. Assim que tomou conhecimento das circunstâncias, a parlamentar decidiu pela exoneração imediata do servidor, enfatizando que ele exercia funções de apoio à comunidade e não tinha atribuições administrativas em seu gabinete. Carla Morando afirmou confiar na apuração da Justiça e ressaltou que, se comprovado o envolvimento, o responsável deve ser punido conforme a lei.
As investigações sobre o esquema de corrupção ainda estão em andamento e mais detalhes devem surgir nos próximos dias. O caso levanta uma série de questões sobre a integridade e a transparência das administrações municipais, bem como a necessidade urgente de medidas de controle eficazes para evitar tais abusos no futuro.
O episódio evidencia não apenas os desafios enfrentados na luta contra a corrupção, mas também a relevância do monitoramento constante das práticas administrativas nas esferas públicas. Com um olhar aguçado, a sociedade e a Justiça esperam respostas que possam colocar um ponto final na impunidade e restaurar a confiança nas instituições.
Com a exoneração de Paulo Iran e Roque Araújo, fica a expectativa de que a investigação avance e muitas outras irregularidades sejam apuradas, contribuindo para um ambiente político mais saudável e transparente em São Bernardo do Campo e em todo o Brasil.
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