O filme “Weapons”, dirigido e roteirizado por Zach Cregger, tornou-se um fenômeno de bilheteria em 2025, conquistando críticos e espectadores pelo mundo. Além de seu enredo envolvente, há uma série de detalhes e referências que passaram despercebidos na primeira rodada, mas que carregam significados profundos e conexões com cultura pop, história e simbolismo místico.
O significado por trás do número 217
Um dos aspectos mais discutidos pelos fãs é o uso do número 217, presente na hora em que as crianças saem de suas casas, às 2h17. Essa referência remete ao clássico de Stephen King, The Shining, onde o quarto assombrado é o 217. No livro, essa é a suíte do famoso hotel Stanley, que realmente existe em Estes Park, Colorado, e que inspirou King durante sua visita. Curiosamente, na adaptação de Kubrick, o número foi alterado para 237 por razões comerciais, mas o 217 permanece como uma homenagem escondida no filme de Cregger.
Conexões com o horror e simbolismo político
Outro detalhe interessante é a proporção de personagens deixados para trás, Justine e Alex, em relação aos estudantes desaparecidos na sala de aula, que formam uma relação 2:17. Além disso, o filme apresenta sete protagonistas, cada um com uma “sessão” de 12 minutos — o que, quando invertido, rima com 2:17. Há também uma teoria que associa o número à votação de 217 votos na Câmara dos EUA que aprovou a proibição de armas de assalto em 2022, sugerindo uma leitura política subjacente ao horror do filme.
Teorias de ocultismo, parasitas e simbolismo estranho
O filme apresenta várias referências ao tema de parasitas, como na lousa da sala de aula de Justine, onde se discute os parasitas, além de menções ao fungo cordyceps, conhecido por controlar as mortes de formigas e que é simbolizado por uma velha narrativa de controle e invasão. Em uma cena, um símbolo enigmático semelhante a “⛛6” é gravado na campainha de Gladys, que muitos interpretam como um sinal de bruxaria ou magia obscura. A história também sugere que Gladys pode ser uma entidade sobrenatural, uma bruxa que habita o corpo de alguém mais velha, com base na referência antiga à tuberculose, conhecida como “consumption”.
Inspirações e influências
Zach Cregger revelou que “Magnolia” (1999), de Paul Thomas Anderson, foi uma grande inspiração para criar uma narrativa épica de horror. O visual de personagens como Paul, com o bigode inspirado em John C. Reilly, reforça essa conexão. Cada capítulo do filme é dirigido de forma subjetiva, como a perspectiva de uma criança, aumentando a imersão e a complexidade da história.
Detalhes de produção e curiosidades
O filme também apresenta um elenco com nomes como Julia Garner, Benedict Wong e referências a personagens de outros filmes de horror. Cregger, que também atuou como compositor, adora incorporar elementos de sua história familiar, incluindo o alcoolismo, como simbolizado na iconografia do filme que lembra o símbolo dos Alcoólicos Anônimos.
O processo de criação envolveu detalhes divertidos, como Cregger pintando à mão a palavra “Witch” na carruagem de Garner durante uma pausa, e o uso de um percurso de obstáculos para treinar as crianças. A construção do roteiro começou sem um plano definido, apenas com uma pergunta: “Por quê?” — resultado de uma inspiração intuitiva que virou uma obra complexa e multifacetada.
Curiosidades de elenco e bastidores
Pedro Pascal quase participou do filme, mas conflitos de agenda durante a greve de 2023 fizeram com que Josh Brolin assumisse seu papel. Já Renate Reinsve foi originalmente considerada para o papel de Justine, mas acabou ficando com Julia Garner. Outros detalhes envolvendo escolhas de elenco incluem o fato de Benedict Wong ter sido chamado de última hora, após uma conversa casual que acabou sendo decisiva.
Impacto cultural e teorias adicionais
Algumas teorias sugerem que “Weapons” é carregado de mensagens políticas, como a referência ao número 217 e simbolismos ocultos que remetem ao ocultismo, bruxaria e controle macabro. As referências a parasitas, como o fungo cordyceps e símbolos ocultos, sugerem uma leitura mais profunda do filme como uma metáfora para forças invisíveis de manipulação social e psíquica.
Futuro e legado
O filme provocou uma corrida de licitações, com a New Line Cinema adquirindo os direitos por US$38 milhões após disputa com a Universal, indicando seu potencial de se tornar uma franquia. Cregger, que também criou a trilha sonora junto aos irmãos Holladay, planeja explorar ainda mais os significados ocultos e conexões esotéricas de seu filme nas próximas semanas, consolidando “Weapons” como uma obra-prima do horror contemporâneo.