Na última quarta-feira (24), o presidente Donald Trump anunciou os nomeados para o Kennedy Center Honors, incluindo nomes como o cantor country George Strait, o ator Sylvester Stallone, a cantora Gloria Gaynor, a banda de rock Kiss e o ator-soprano Michael Crawford. Trump, que assumiu recentemente a presidência do centro, afirmou que irá conduzir a cerimônia de homenagens, apesar de inicialmente relutar em assumir tal papel.
Nominados chocantes e controvérsias na escolha dos homenageados
Entre as nomeações que geraram surpresa estão Stallone, conhecido por seu papel como Rocky, e Gaynor, famosa por hits como “I Will Survive.” Trump foi responsável por selecionar parte dos indicados, alegando que esteve “quase 100%” envolvido na escolha e que rejeitou nomes considerados “muito woke” ou “demasiado liberais.” “São pessoas admiráveis, e gosto muito delas”, afirmou Trump.
Alguns nomes, como Paul Anka — que quase se apresentou na posse de Trump —, também estiveram na lista de possibilidades previamente discutidas pelo presidente. Desde sua primeira gestão, Trump tem buscado renovar a imagem do centro, incluindo propostas de transformar o espaço em uma referência de luxo e cultura, além de realizar reformas no prédio.
Contexto político e histórico do Kennedy Center Honors
O Kennedy Center Honors, criado em 1978, historicamente premia artistas de diversas áreas culturais, incluindo música, teatro e cinema. Até o início da gestão de Trump, os presidentes participavam do evento, independentemente de diferenças políticas com os homenageados, numa tradição de homenagem bipartidária. Entretanto, durante sua administração, Trump afastou-se dessa prática, muitas vezes criticando artistas e personalidades brasileiras, como Cher e Lin-Manuel Miranda, por opiniões contrárias ao governo.
Recentemente, Trump assumiu oficialmente a presidência do centro e promoveu mudanças radicais na sua gestão, incluindo a demissão do conselho de administração e a nomeação de aliados políticos. Ele também prometeu revitalizar o espaço, incluindo reformas estruturais e uma possível troca de nome, sugerindo uma volta ao seu “tempo de glória”.
Reformas e projetos futuros para o Kennedy Center
O centro anunciou que passará por uma grande reforma, visando devolver sua grandiosidade e, futuramente, celebrar a história do país, incluindo os 250 anos da independência dos Estados Unidos. Trump também anunciou que pretende fazer do Kennedy Center um símbolo cultural de luxo, contrastando com o estado de deterioração que, segundo ele, enfrentou nos últimos anos.
“Estamos transformando o Kennedy Center numa joia da cultura americana”, afirmou Trump, que também indicou planos de renomear a casa de ópera do centro, em uma proposta contestada por figuras públicas. Uma emenda aprovada pelo Congresso tenta alterar o nome do local para homenagear a sua esposa, Melania Trump, embora essa mudança ainda não tenha sido oficializada.
Críticas, reações e o impacto no cenário artístico
Críticos apontam que a interferência de Trump na escolha dos homenageados e no funcionamento do Kennedy Center compromete a tradição de neutralidade e pluralidade do evento. Artistas como Cher e Sally Field já se manifestaram contra as ações do presidente no centro cultural. Além disso, a controvérsia aumentou após o anúncio de que Trump estaria crescendo seu controle sobre a programação e a gestão do espaço.
O anúncio dos homenageados também trouxe à tona a polarização política, com alguns setores celebrando as escolhas e outros criticando a seleção de nomes considerados “politicamente controversos”. A cerimônia de 2024 promete seguir sob forte atenção, com possíveis debates sobre o papel do centro cultural na política americana.
Perspectivas e próximos passos
O centro anunciou que em breve divulgará detalhes finais sobre a cerimônia e inaugurações de reformas. Trump afirmou que trabalhará para transformar o Kennedy Center em um ícone de excelência artística, com eventos comemorativos incluindo sua visita prevista para o próximo aniversário do país.
Como o processo de renovação e seleção de homenageados se desenrola, o Kennedy Center Honors deve continuar sendo palco de debates culturais e políticos, refletindo a atual polarização do cenário americano.