Brasil, 14 de agosto de 2025
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Tarifa de Trump: impacto moderado na inflação brasileira em 2025

Aumento de tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros deve reduzir preços este ano, mas cenário para 2026 é incerto, com risco de pressões inflacionárias.

Após a implementação de tarifas elevadas pelos Estados Unidos sobre uma ampla lista de produtos brasileiros, especialistas apontam que, em 2025, o efeito deve ser uma leve redução na inflação, embora o cenário para 2026 permaneça incerto e sujeito a pressões inflacionárias.

Consequências das tarifas americanas na economia brasileira

De acordo com economistas ouvidos pelo g1, a maior parte dos produtos afetados, como carnes, café, frutas, peixes, máquinas e equipamentos, tende a apresentar queda de preços neste ano, sobretudo aqueles que não encontram novos mercados internacionais. A lógica é de que a produção que deveria ser destinada aos EUA fique mais voltada ao mercado interno, elevando a oferta e, consequentemente, reduzindo os preços.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, explica que “a questão de frutas, peixes e ovos deve gerar um efeito mais perceptível na redução dos preços” neste ano. Ele complementa que produtos como carnes e cafés, em que há busca por novos destinos externos, podem experimentar uma menor queda de preços.

Impactos no índice de preços e na inflação de 2025

Segundo o analista André Perfeito, o IPCA de julho, que veio abaixo das expectativas do mercado, reflete um cenário inflacionário benigno, onde a redução de preços de alimentos in natura contribui para esse resultado. Ele acredita que essa tendência deve persistir em 2025, embora o impacto seja moderado.

Marcelo Boragini, especialista em renda variável na Davos Investimentos, reforça que a expectativa é de impacto pequeno na inflação, com variações de poucos centésimos de ponto percentual. “Produtos como carne, café, frutas e peixes devem ter uma queda de preços, como a manga e uva, que já estão mais baratas”, afirma.

Perspectivas para 2026 e riscos de aumento de preços

Para o ano que vem, o cenário se torna mais incerto. Analistas alertam que, apesar do alívio inflacionário inicial, é possível que os preços de alguns produtos voltem a subir devido à redução de produção provocada pela crise de preços de 2025. Gustavo Cruz destaca que a decisão dos produtores de manter ou diminuir a oferta, mesmo com prejuízos neste ano, pode gerar pressões inflacionárias mais adiante.

Juliana Machado Goncalves Daitx, coordenadora de investimentos na Unicred Porto Alegre, avalia que o impacto deflacionário de curto prazo dificilmente será suficiente para alterar significativamente as projeções de inflação para 2026. Segundo ela, os produtores poderão ajustar suas estratégias, como reduzir a produção, o que pode elevar os preços futuramente.

Controle da inflação e possíveis cortes de juros

O Banco Central se prepara para ajustar a política monetária diante dessas condições. Com a taxa Selic atualmente em 15% ao ano, a maior em quase duas décadas, o BC atua para conter a inflação, mesmo considerando uma possível redução futura dos juros, que pode ser acelerada pelos efeitos do tarifaço dos EUA, na avaliação de alguns economistas.

André Perfeito projeta que a Selic pode cair para 14,5% ainda neste ano, enquanto Marcelo Boragini aponta que, se os preços das commodities continuarem caindo, há chance de o BC antecipar cortes na taxa em 2025. No entanto, a maioria dos analistas acredita que essa redução deve ocorrer apenas em 2026, devido às incertezas e à persistência de riscos inflacionários.

Cenários futuros e recomendações

Especialistas destacam que, embora haja um efeito inflacionário temporário, as ações dos produtores e o comportamento dos mercados internacionais influenciarão as próximas decisões do Banco Central e as projeções de inflação. Diante das incertezas, recomenda-se cautela na análise de impacto de curto prazo e atenção às políticas de ajuste econômico.

Para mais detalhes, leia a análise completa no g1.

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