Na última quinta-feira (14/8), o pastor Silas Malafaia fez declarações contundentes sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmando que ele deve ser preso e sofrer um impeachment. O magistrado é conhecido por ser o relator de inquéritos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de outros membros da oposição, com os quais Malafaia mantém uma relação estreita devido à sua ligação com a Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
A declaração de Malafaia
Durante uma conversa com o portal Metrópoles, Malafaia não poupou palavras. “Alexandre vai para a cadeia, não é só impeachment. Ele é um criminoso, e precisa ser preso, pelo Estado Democrático de Direito”, afirmou o pastor, que ainda compartilhou um vídeo com suas acusações. No vídeo, Malafaia expressa seu descontentamento com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, cuja delação Malafaia acredita que deve ser anulada por razões que considera válidas.
A delação de Mauro Cid
Malafaia se opõe ao tratamento que Moraes deu à delação de Cid. Ele argumenta que, após um acordo, o delator não pode discutir o conteúdo da delação. “O coronel Cid, usando a rede social da mulher, detona a própria delação, dizendo que Alexandre Moraes é um cão de guarda, que não está nem aí para provas, que é protegido pelo STF”, explicou o pastor.
A briga gira em torno de uma delação onde Cid supostamente revelou a existência de um plano, nomeado “Punhal Verde e Amarelo”, que envolvia altos escalões do governo de Bolsonaro. Na delação, Cid também comentou sobre a entrega de dinheiro para financiar operações relacionadas a um golpe de Estado, o que, segundo Malafaia, poderia ser um ponto nuclear na discussão.
Controvérsias e reações
Malafaia não foi o único a se manifestar sobre a situação. A delação de Cid, considerada controvertida, recebeu críticas também de outros setores. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a validade da delação, mas Malafaia acredita que a denúncia é “sustentada na ficção”.
Para Malafaia, o gesto do ministro de não cancelar a delação indica uma postura que gera desconfiança. “Ele [Moraes] rejeitou anular o depoimento com o argumento de que tais solicitações são ‘consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias’”, concluiu.
Impacto sobre a política brasileira
As declarações de Silas Malafaia ecoam em um contexto político já tenso no Brasil. O pastor, uma figura influente entre os evangélicos e aliados de Bolsonaro, busca unir forças contra o que descreve como abusos do Judiciário. Com a aproximação de novas eleições e a polarização crescente, essas declarações podem ter um forte impacto sobre o eleitorado e a política brasileira em geral.
O futuro para Moraes e Malafaia
É incerto como os eventos se desdobrarão para ambos os lados. Enquanto Malafaia parece determinado a mobilizar sua base em apoio ao ex-presidente e em oposição a Moraes, o ministro do STF continua a desempenhar um papel crucial nas investigações que cercam figuras proeminentes da política brasileira. À medida que a situação evolui, numerosas questões éticas e legais estão em jogo, e a relação entre o Poder Judiciário e os líderes religiosos se torna cada vez mais complicada.
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