Após se aposentar das pistas no fim de 2022, o tetracampeão mundial de Fórmula 1, Sebastian Vettel, manteve seu envolvimento com o mundo do automobilismo, canalizando sua influência em iniciativas voltadas para um futuro mais sustentável para o esporte. Em sua mais recente visita ao Brasil, onde tem sido ativo em causas sociais, Vettel participou da Rio Innovation Week. Em sua palestra, cujo tema era “Não existe um campeão mundial sem o mundo”, o piloto alemão fez um forte apelo sobre a necessidade de o automobilismo adotar práticas mais sustentáveis.
Sustentabilidade na Fórmula 1: Um desafio urgente
Durante a palestra, que ocorreu no Píer Mauá, Vettel enfatizou que a sustentabilidade deve ser uma prioridade na Fórmula 1, um esporte que envolve mobilidade global e grande consumo de recursos. Para ele, é essencial que as próximas gerações de pilotos e fãs entendam a responsabilidade que vem atrelada à fama e ao prestígio do automobilismo. “É importante que uma plataforma como a F1 esteja se tornando mais sustentável, tentando contribuir e tornar o mundo um lugar melhor”, disse Vettel.
O ex-piloto mencionou também os desafios de realizar um campeonato mundial em um formato que exige deslocamentos frequentes por todo o planeta. “O que fazemos deve ser compatível com o que o mundo precisa. O desafio é unir entretenimento e responsabilidade ambiental”, afirmou Vettel, ressaltando que o futuro do esporte depende de adaptações e inovações que favoreçam a sustentabilidade.
Gabriel Bortoleto e a nova geração
Em sua visita, Vettel teve a oportunidade de falar sobre a nova geração de pilotos, fazendo menção especial a Gabriel Bortoleto, o primeiro brasileiro a competir na Fórmula 1 desde 2017. “Ele está fazendo um bom trabalho. É preciso dar tempo a ele e à equipe. O próximo ano trará grandes mudanças, e será interessante ver como isso se desenvolverá”, disse Vettel ao comentar sobre o talento emergente no automobilismo brasileiro.
Questionado sobre seu potencial retorno à F1 em algum cargo administrativo ou de consultoria, Vettel expressou interesse em colaborar com a Fórmula 1 em projetos sociais e sustentáveis. “Estou tentando entender se há algo que possamos fazer juntos. Sempre vou procurar formas de honrar a memória de Ayrton Senna e garantir que suas contribuições ao esporte sejam lembradas”, revelou.
Velocidade e meio ambiente: é possível conciliar?
A discussão em torno do uso de combustíveis sustentáveis na F1 foi outro ponto de destaque. Vettel indicou que, mesmo com as mudanças, há muito que ainda pode ser feito: “A troca do combustível é um passo na direção certa, mas a logística e o transporte também precisam ser analisados. A F1 tem sua responsabilidade de apresentar soluções e melhorar continuamente sua relação com o meio ambiente”, comentou.
Na conversa, Vettel também se manifestou sobre a Fórmula E, afirmando que, apesar de não serem comparáveis, a sustentabilidade precisa ser parte integral da conversa no topo da pirâmide do automobilismo, a Fórmula 1. “Se a F1 puder ser sustentável, muitos outros esportes seguirão o exemplo”, enfatizou, mostrando otimismo em relação às mudanças que já estão em curso.
O legado que quer deixar
A influência de Vettel no automobilismo vai além das pistas. Ele destacou a importância de figuras proeminentes como ele e Lewis Hamilton se manifestarem sobre questões sociais e ambientais. “Cada piloto deve encontrar sua voz. O esporte possui um poder imenso de inspiração, e há uma responsabilidade quanto a isso”, afirmou, com a esperança de que mais pilotos jovens se juntem à luta por causas justas.
Vettel mencionou ainda sua afeição especial pelo Brasil, país onde viveu muitos momentos significativos durante sua carreira: “As boas lembranças superam as difíceis. Adoro as pessoas e a atmosfera deste lugar”, declarou, ressaltando seu desejo de continuar contribuindo para o melhoramento tanto do automobilismo quanto do meio ambiente.
Com sua abordagem proativa e reflexão honesta sobre questões críticas que afetam o futuro do esporte, Sebastian Vettel mostra que, mesmo fora das pistas, seu legado e sua influência podem trazer mudanças significativas para um futuro mais sustentável na Fórmula 1 e além.