A nova campanha publicitária da e.l.f. com o comediante Matt Rife enfrentou forte rejeição após usuários criticarem a escolha do artista, que fez piadas de teor misógino e sobre violência doméstica em seu especial de 2023. A reação negativa levou a questionamentos sobre o posicionamento da marca diante de temas sensíveis.
Publicidade provocativa ou insensível?
Na propaganda, Rife interpreta um advogado fictício chamado “E.l.f.ino”, ao lado de “Schmarnes”, personagem de Heidi N Closet, drag performer. A peça faz uma paródia aos comerciais do escritório de advocacia Cellino & Barnes, presentes no Tri-State dos anos 2000, e tenta abordar questões de beleza e preços abusivos com humor irreverente.
“Ei, garota. Você está cansada de gastar demais com beleza?” diz Rife na sátira. “Seja qual for a sua queixa, eu conheço uma coisa ou duas sobre sinais de alerta. E maquiagem cara? Você merece algo melhor.”
Reação das redes sociais e críticas ao humor de Rife
Apesar do tom divertido, fãs e consumidores criticaram duramente a peça publicitária. Muitas pessoas relembraram comentários de Rife em seu especial na Netflix, onde o comediante fez piadas consideravelmente misóginas, como a de uma mulher receber um soco nos olhos por não cozinhar bem.
Após as críticas ao especial, Rife chegou a realizar uma “desculpa superficial” e fez comentários polêmicos sobre presentes de Natal comprados com dinheiro de OnlyFans de uma mãe. Tais atitudes reforçaram a percepção de insensibilidade do artista.
“AAAAAAANDDDD você me perdeu… Matt Rife, de toda pessoa?” questionou a criadora de conteúdo NikkieTutorials, nos comentários do vídeo da e.l.f. no TikTok. Já no Instagram, outros seguidores se manifestaram contra a presença do humor de Rife na campanha, por exemplo, @kristians_makeup escreveu: “ELF, vou te dizer uma coisa… só porque tem uma drag queen envolvida, NÃO quer dizer que é OK usar Matt Rife?”
Reação positiva entre fãs
Por outro lado, quando Rife compartilhou o mesmo anúncio em seu Instagram, recebeu apoio de seus seguidores. Muitos elogiaram sua presença na campanha, embora isso tenha aprofundado a polarização sobre o tema.
Contexto de controvérsias no setor de moda e beleza
O episódio envolvendo a e.l.f. acontece semanas após a campanha da American Eagle com Sydney Sweeney, que também foi alvo de críticas por suposto estímulo à supremacia branca, gerando debates sobre ética e representatividade na publicidade.
Segundo especialistas, campanhas que lidam com temas delicados precisam de sensibilidade para evitar relações de insensibilidade ou apropriação. Como pontuou a ativista Clark, “ninguém deveria pensar em usar o rosto de alguém que brinca com violência doméstica como símbolo de beleza ou humor na publicidade.”
Possíveis desdobramentos e reflexões
Apesar do apoio de alguns fãs de Rife, a controvérsia reforça a necessidade de marcas avaliarem cuidadosamente suas estratégias de comunicação, especialmente ao abordar questões sociais sensíveis. O debate evidencia ainda o impacto que figuras públicas com passados complexos podem ter na imagem de campanhas de marketing.
Este episódio demonstra a importância de uma responsabilidade social mais consciente na publicidade, buscando evitar que piadas insensíveis ou provocativas transpassem limites éticos e emocionais.