Brasil, 14 de agosto de 2025
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Presidente da Câmara descarta anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro

Hugo Motta afirma que não há ambiente político para anistia a responsáveis por planejamentos de assassinatos durante os atos golpistas.

No cenário político conturbado que o Brasil atravessa, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou nesta quinta-feira, em entrevista à GloboNews, que não existe ambiente favorável para aprovar um projeto de anistia que beneficie aqueles que participaram dos atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro, especialmente em relação ao entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Motta ressaltou que há uma forte preocupação com as penas atribuídas, mas a anistia para quem é acusado de planejar assassinatos é, segundo ele, inaceitável.

A falta de clima para anistia

Motta enfatizou que, nas conversas que teve, é evidente a aversão à ideia de anistiar pessoas envolvidas em tentativas de homicídio. “Não vejo clima para anistiar quem planejou matar pessoas. Há, sim, uma preocupação com penas exageradas, e talvez um projeto alternativo tenha um ambiente melhor entre partidos do centro”, afirmou. Essa posição reflete o sentimento de resistência entre muitos parlamentares em relação à normalização de ações extremas que visam a desestabilização do governo.

Documentos revelam um plano criminoso

De acordo com informações da Polícia Federal, um documento apreendido durante as investigações, intitulado “Punhal verde amarelo”, detalha um plano para a execução de assassinatos, que incluiria o uso de armamentos pesados e até envenenamento dos alvos. A investigação aponta o general do Exército, Mário Fernandes, como responsável pela elaboração do plano, o que levanta questionamentos sobre a seriedade das ameaças e as ligações de figuras militares com a política. Cópias desse documento foram encontradas no Palácio do Planalto, o que intensifica o debate sobre a segurança das instituições governamentais e o papel do ex-presidente Jair Bolsonaro durante esses eventos.

Repercussões no Congresso Nacional

Além disso, Motta criticou a obstrução que ocorreu na Câmara por parte dos parlamentares de oposição na semana anterior. Ele classificou essa atitude como “obstrução inadmissível” e afirmou que medidas estão sendo planejadas para responsabilizar parlamentares que adotam práticas que prejudicam o andamento dos trabalhos legislativos. “Não podemos permitir que vire costume”, reforçou.

“É preciso apuração imparcial.”

Motta também destacou que os debates sobre questões como anistia, foro privilegiado e prerrogativas parlamentares devem continuar, embora com a cautela necessária. “Não podemos ter preconceito com pautas, porque isso é interromper o debate”, disse ele, sublinhando a importância de que essas matérias sejam discutidas nos colégios de líderes.

A responsabilidade dos líderes

O presidente da Câmara observou ainda que a pauta do foro privilegiado é complexa e exige um exame cuidadoso para entender o que está sendo proposto e qual a sua real intenção. Apesar dos incômodos com algumas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), ele não percebe um clamor da maioria com relação a essas questões, o que pode dificultar avanços legislativos.

Motta negou ter participado de negociações para retomar as votações após o motim que ocorreu e deixou claro que não delegou poderes a outros para tratar desse tema. “Decidi não pautar”, disse, referindo-se a sua posição firme em relação aos procedimentos da Câmara.

A visão sobre Eduardo Bolsonaro

Em relação ao posicionamento do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Motta criticou a falta de regulamentação sobre o “mandato à distância” e suas consequências, mencionando a necessidade de um debate que não prejudique o país. “Não existe mais ou menos deputado. Quero registrar nossa total discordância com atitudes que trazem prejuízos a pessoas e empresas e não deveriam estar no debate político”, concluiu.

Essas declarações de Hugo Motta demonstram um esforço para manter a ordem e a integridade legislativa em um contexto onde a tensão política é palpável, refletindo as divisões mais profundas na sociedade brasileira.

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