Brasil, 14 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Pesquisa revela que confiança no STF divide brasileiros

Confiança na Suprema Corte cai para 51,3%, aponta pesquisa recente sobre a percepção do judiciário

A recente pesquisa “Confiança no Judiciário e Imagem dos Ministros do STF”, realizada pelos institutos Altas e Bloomberg, traz à tona a crescente desconfiança dos brasileiros em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF). O levantamento, divulgado nesta quinta-feira, mostra que 51,3% da população afirma não confiar no trabalho da corte, um aumento de quatro pontos percentuais em relação ao último estudo. Por outro lado, a porcentagem de pessoas que confiam na atuação da Suprema Corte é de 48,5%. Com isso, a discussão sobre a confiança no Judiciário e seu papel na democracia está mais em evidência do que nunca.

A percepção da atuação do STF

Os dados da pesquisa indicam que 51,1% da população acredita que a maioria dos ministros do STF não demonstra competência e imparcialidade nos julgamentos. Essa visão crítica contrasta com a opinião de 47,9% que vê a corte como competente. Além disso, 45,4% dos entrevistados afirmam que o Brasil vive sob uma “ditadura do Judiciário”, enquanto 43,3% discordam dessa afirmação, considerando que o poder judiciário está exercendo corretamente suas funções. Este aumento na confiança da população, que subiu de 20,9% em fevereiro para 43,3% atualmente, sugere uma mudança na percepção pública sobre o judiciário.

Atos golpistas e suas consequências

Com as polarizações políticas em alta, a pesquisa também revelou que 83,3% dos brasileiros desaprovam os atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023, um crescimento em relação aos 74% registrados anteriormente. Essa rejeição destaca uma clara postura da população contra a falta de respeito às instituições democráticas. Em contrapartida, apenas 8,4% concordam com as ações realizadas na ocupação dos três Poderes, uma demonstração clara da desaprovação generalizada por parte da sociedade civil.

A invasão do Congresso Nacional, do Planalto e do STF é vista como “completamente injustificada” por 62,3% dos entrevistados. Esse número representa um aumento em relação ao ano passado, demonstrando uma coesão social cada vez maior em defesa da democracia. Além disso, as punições contra os participantes desses atos foram consideradas “exageradas” por 51,1% da população, com 35,3% afirmando que foram “adequadas”, e 11,6% pensando que foram “insuficientes”.

A responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro

A pesquisa também questionou a responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro nos atos golpistas. O resultado mostrou uma divisão: 50% dos entrevistados afirmaram que ele não tem responsabilidade, enquanto 48,8% acreditam que ele é culpado. Essa diferença é um reflexo das tensões políticas que ainda permeiam o país. Em relação à prisão domiciliar de Bolsonaro, 52,1% se mostraram contra, enquanto 47% apoiam a decisão do STF.

Além disso, com a recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de torná-lo inelegível por oito anos, os números mostram que 50,1% dos entrevistados desaprovam essa medida, quase um empate com os 49,5% que concordam com a decisão. Esta polaridade reflete a fragmentação da opinião pública brasileira acerca das consequências políticas e jurídicas dos atos de Bolsonaro e sua administração.

Anistia aos participantes dos atos golpistas

Outro ponto relevante levantado pela pesquisa é a questão da anistia aos participantes dos atos golpistas. A maioria da população, cerca de 51,2%, se opõe a uma anistia “ampla, geral e irrestrita” para os líderes políticos e participantes dos atos, enquanto 46,9% defendem tal concessão. Essa dúvida sobre a possibilidade de anistia indica que a sociedade brasileira continua a debater fervorosamente as responsabilidades de cada um nesse contexto.

O levantamento foi realizado entre 3 e 6 de agosto de 2025 e envolveu 2.447 pessoas, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%. A metodologia baseada em recrutamento digital também visa garantir maior anonimato e liberdade nas respostas, minimizando a influência de fatores externos que poderiam impactar a postura dos entrevistados.

Com o cenário político cada vez mais dividido e as contradições no entendimento sobre as atuações da justiça e dos políticos, os resultados da pesquisa colocam em evidência a necessidade de um debate aberto e transparente sobre os rumos da democracia no Brasil e o papel das instituições judiciárias e políticas.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes