Brasil, 14 de agosto de 2025
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Operação da PF contra prefeito de São Bernardo apreende R$ 3,3 milhões

A Polícia Federal desarticula esquema de corrupção em São Bernardo do Campo com apreensões milionárias e prisões.

A Polícia Federal (PF) realizou nesta quinta-feira (14) a Operação Estafeta, que resultou na apreensão de mais de R$ 3,3 milhões em dinheiro. A operação teve como alvo o prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima, da sigla Podemos, além de servidores públicos e empresários com contratos na gestão municipal. Segundo as autoridades, a investigação diz respeito a uma organização criminosa envolvida em corrupção e lavagem de dinheiro.

Prisão e valores apreendidos na operação

Até o momento, três pessoas foram presas após os mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos em várias locais, incluindo a sede da empresa de medicamentos Quality Medical. Durante a ação, foram localizados R$ 946.320. Na residência do sócio da Quality, Caio Babbri, os agentes encontraram R$ 210 mil em espécie. O maior montante, no entanto, foi encontrado na casa de Edmilson Carvalho, sócio da empresa Terraplanagem Alzira Franco, onde a PF localizou R$ 1,9 milhão em dinheiro.

Além das quantias em reais, a operação também resultou na recuperação de divisas estrangeiras, totalizando 3.497 dólares e 10.740 euros. Apesar das evidências apresentadas, a Justiça não determinou a prisão de Marcelo Lima, mas o afastou do cargo e o obrigou a usar tornozeleira eletrônica. Antônio Rene da Silva Chagas, diretor da Secretaria de Coordenação Governamental, também foi detido, sendo identificado como colaborador do grupo criminoso.

Como funcionava o esquema

De acordo com as investigações da PF, o esquema criminoso consistia em repasses ilegais de dinheiro provenientes de empresas que mantinham contratos com a Prefeitura de São Bernardo do Campo e com a Fundação ABC, uma organização social encarregada da gestão de unidades de saúde na região. As empresas que prestavam serviços nas áreas de saúde, limpeza urbana, transporte público e informática são suspeitas de transferir recursos para garantir a manutenção de seus contratos públicos.

O esquema operava por meio de um indivíduo conhecido como Paulo Iran Paulino Costa, que funcionava como o operador principal do prefeito. Durante as buscas, a PF encontrou com Paulo Iran R$ 12 milhões e US$ 156 mil. As comunicações recuperadas de seus dispositivos mostram que ele prestava contas a Marcelo Lima e mantinha reuniões com representantes das empresas para tratar dos pagamentos em dinheiro vivo.

Estão entre os envolvidos no esquema outros funcionários públicos, incluindo Antônio Rene, Fábio Prado, secretário na gestão de Marcelo Lima, e Roque Araújo Neto, servidor da Câmara Municipal. O ex-vereador Ary Oliveira e o ex-secretário de administração Paulo Guidetti também foram citados nas investigações. A nota emitida pela Prefeitura de São Bernardo destacou que a administração está à disposição para colaborar com a apuração do caso e que os serviços na cidade não serão afetados.

Reações e próximos passos

A operação provocou reações diversas entre os potenciais envolvidos. O ex-vereador Ary Oliveira, que se pronunciou através de suas redes sociais, afirmou não ter conhecimento dos motivos pelos quais sua nome é mencionado na investigação. Ele recebeu uma equipe da PF em sua residência e afirmou que se manifestará quando tiver mais informações.

Paulo Iran, após ser alvo de um mandado de prisão, se encontra foragido e foi exonerado do cargo que ocupava na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pelo deputado Rodrigo Moraes (PL), que afirmou que tomou essa decisão assim que ficou ciente das investigações.

As investigações continuam e a PF promete aprofundar as apurações e descobrir todos os envolvidos neste esquema de corrupção que tem gerado alvoroço na política da Grande São Paulo. Com o objetivo de esclarecer e responsabilizar os envolvidos, a expectativa é de que novos desdobramentos apareçam nos próximos dias.

A situação segue em desenvolvimento, e os cidadãos de São Bernardo do Campo permanecem atentos aos desdobramentos desse escândalo que atinge a administração pública e a confiança nas instituições.

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