A controvérsia em torno da família Trump ganhou um novo capítulo, desta vez com a Primeira-Dama Melania Trump no centro da tempestade. Armados com um colosal mecanismo legal de US$ 1 bilhão, seus advogados estão dispostos a processar qualquer um que ouse mencionar seu nome em associação com o infame Jeffrey Epstein. Essa iniciativa provocou reações rápidas e intensas na mídia.
Impacto imediato na mídia
Um exemplo claro dessa pressão é o site The Daily Beast, que imediatamente retirou um artigo escrito por Michael Wolff. Neste, Wolff afirmava que o presidente Donald Trump conheceu Melania por meio de Epstein. De acordo com o autor, a conexão entre eles ocorreu em 1998, através de Paolo Zampolli, fundador da agência ID Models, que mantinha laços com Epstein e sua parceira Ghislaine Maxwell. O autor ainda afirmou que Melania estava “muito envolvida” no círculo social de Epstein.
O poder da ameaça judicial
Na terça-feira, Wolff se manifestou sobre o assunto em um Instagram Reel, onde mencionou que a retirada do conteúdo foi em resposta a uma carta dos advogados de Melania. Ele denunciou a pressão exercida por meio de ameaças de processos judiciais, que, segundo ele, têm um efeito inibidor na liberdade de expressão. A declaração de Wolff cobre um ponto essencial: a intimidação voltada a silenciar qualquer discussão que possa ligar Melania a Epstein é real e se estende a diversos jornalistas.
A “Efeito Streisand”
O que se torna irônico nessa situação é que, ao tentar silenciar especulações, a equipe legal de Melania contribuiu para amplificar a discussão. O fenômeno, conhecido como Efeito Streisand, sugere que tentativas de esconder algo geralmente resultam em maior atenção sobre o tema em questão. Assim, a ameaça de ação legal, apesar de pretender silenciar, acaba por conectar Melania ainda mais a Epstein na mente do público.
Uma análise da estratégia legal
Essa estratégia jurídica se alinha à abordagem histórica da família Trump em relação à mídia: atacar os mensageiros, empregar a litigância como forma de punição e tornar os atos de defesa caros e complicados. Donald Trump sempre utilizou processos judiciais ou a ameaça deles para intimidar críticos, mas o novo elemento aqui é a magnitude das ameaças: um bilhão de dólares por ofensa.
Enquanto isso, a narrativa maior em torno de Epstein parece estar se dissipando da visão pública. Documentos importantes relacionados ao caso ainda não foram divulgados, e promessas de investigações desaparecem. O próprio Wolff sugere que até mesmo o Departamento de Justiça adotou medidas inesperadas para controlar possíveis repercussões, incluindo a transferência de Ghislaine Maxwell para uma prisão menos rigorosa após investigações sobre Trump.
O efeito sobre a liberdade de imprensa
Ainda que muitos jornalistas estejam removendo conteúdos sobre Melania e Epstein para evitar consequências legais, isso levanta questões sobre a liberdade de imprensa. O impacto das ameaças de processos judiciais apresenta um efeito inibidor, mesmo entre veículos considerados respeitáveis, cuja missão é cobrir o poder sem medo ou favor.
Embora Melania Trump possa ter sucesso em silenciar alguns críticos, suas ameaças de processos milionários agora fazem parte do registro público, o que poderia resultar em mais escrutínio. Às vezes, a maneira mais barulhenta de afirmar “não há nada a ver aqui” é gritar em documentos judiciais.
Este é um artigo de opinião. As opiniões apresentadas neste texto são exclusivamente do autor.