Brasil, 14 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Lula defende relação com Cuba e critica bloqueio dos EUA

Presidente Lula critica bloqueio dos EUA a Cuba e defende o programa Mais Médicos em evento em Pernambuco.

Na última quinta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pronunciou-se sobre o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos (EUA) a Cuba, destacando sua insatisfação com a revogação de vistos de funcionários brasileiros que cooperaram com o programa Mais Médicos, originalmente desenvolvido em parceria com o país caribenho. Lula reafirmou a importância da relação de respeito entre Brasil e Cuba em um evento realizado em Goiana, Pernambuco.

A revogação de vistos e a reação de Lula

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou nesta quarta-feira (13) a revogação de vistos para funcionários do governo brasileiro que atuaram com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e o programa de cooperação em saúde de Cuba. Entre os atingidos estão Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do ministério.

“O fato deles caçarem o Mozart foi por causa de Cuba. Então, é importante eles saberem que a nossa relação com Cuba é uma relação de respeito a um povo que está sendo vítima de um bloqueio há 70 anos. Os Estados Unidos fizeram uma guerra, perderam e precisam aceitar que esse povo merece viver em paz”, declarou Lula.

O impacto do bloqueio econômico

Desde 1960, os EUA impõem um severo bloqueio econômico a Cuba, visando alterar o regime político instaurado após a Revolução de 1959. O acesso à assistência médica é uma das áreas mais afetadas. A exportação de profissionais de saúde, como médicos, é uma estratégia vital para Cuba enfrentar as dificuldades econômicas impostas pelo bloqueio. O governo anterior dos EUA, sob Donald Trump, procurou restringir a cooperação internacional e pressionar os países que aceitam médicos cubanos.

A resposta à crítica norte-americana veio de diversos funcionários de países caribenhos, incluindo São Vicente e Granadinas, Barbados e Trinidad e Tobago, que defenderam os acordos de colaboração com Cuba na saúde.

A relevância do programa Mais Médicos

Lula reiterou a importância do programa Mais Médicos, criado em 2013 para suprir a carência de médicos em áreas remotas e carentes do Brasil. A participação dos médicos cubanos foi essencial no êxito do programa até 2018. Ele enfatizou a necessidade de um sistema de saúde inclusivo e abrangente, afirmando que “é preciso que a gente tenha a noção da parte do Brasil que não precisa [de médicos] e da parte que precisa”.

“Os prefeitos sabem que falta médico. Mesmo para levar à periferia mais violenta, é difícil você ter médico que quer ir. O Mais Médicos foi criado para atender essa demanda e a contribuição de Cuba foi fundamental”, explicou Lula.

A soberania na saúde brasileira

Lula participou da inauguração de novos blocos de produção de medicamentos hemoderivados da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), enfatizando que isso é um passo importante para a soberania nacional na área de saúde. A nova planta, que representa um investimento de R$ 1,9 bilhão, terá a capacidade de produzir medicamentos essenciais para pacientes de UTIs, hemofilia e outras condições graves.

“A Hemobrás veio pra ficar e para mostrar que o Brasil é soberano e não tem medo de ameaça”, afirmou Lula, ao contestar as recentes sanções impostas pelos EUA ao Brasil. Essa iniciativa não apenas fortalece a autossuficiência brasileira na produção de medicamentos, mas também assegura um fornecimento mais eficiente ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Produção em crescimento

Atualmente, a Hemobrás realiza a coleta de plasma em 72 hemocentros públicos pelo Brasil. Com a nova unidade, o Brasil poderá processar até 500 mil litros de plasma fracionado anualmente, aumentando significativamente a produção de medicamentos essenciais que anteriormente eram importados. Essa independência na produção é vista como um grande avanço para a saúde pública brasileira.

Nos últimos anos, Lula já havia inaugurado uma fábrica de medicamentos produzidos por biotecnologia na Hemobrás, e agora a nova instalação está em fase de qualificação para a produção de hemoderivados, com expectativas de entrega de produtos essenciais ao SUS até o final deste ano.

O presidente Lula também cumpriu agenda em Recife, onde anunciou ações do programa Agora Tem Especialistas e entregou títulos de regularização fundiária à comunidade de Brasília Teimosa. Essas ações reforçam seu compromisso com a saúde e bem-estar da população brasileira, além de reafirmar sua posição contra a pressão externa, especialmente dos Estados Unidos.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes