O zagueiro João Victor, segunda contratação mais cara da história do Vasco, está prestes a encerrar sua passagem pelo clube de São Januário. Após um ano e oito meses, o jogador, que deverá se transferir para o CSKA Moscou, da Rússia, por cerca de 4,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 28 milhões), deixa um legado compreendido entre altos e baixos, polêmicas com a torcida e um contrato que gerou críticas em relação aos valores envolvidos.
A contratação e a esperança de um futuro promissor
João Victor se tornou a primeira contratação da gestão de Alexandre Mattos como diretor de futebol da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Vasco, no ano passado. O jogador custou 6 milhões de euros (cerca de R$ 32 milhões) em uma fase que superava crises financeiras, graças ao investimento de empresários americanos. Apesar do valor elevado, havia a expectativa de que a contratação significasse um passo a mais rumo à recuperação do clube.
Durante sua estadia no clube, João Victor alternou entre titular e reserva sob o comando do técnico Ramón Díaz, mas aos poucos conseguiu se firmar como um dos zagueiros mais técnicos das últimas temporadas, chegando a atuar até como lateral-direito. No entanto, suas performances foram marcadas por oscilações, deixando a torcida dividida em relação ao seu desempenho.
Desentendimentos e polêmicas
O clima no clube se complicou com a chegada do novo presidente, Pedrinho, que assumiu o comando do futebol. A negociação que envolvia João Victor trouxe à tona uma série de desacordos, especialmente em relação às bonificações atreladas à performance do jogador e sua permanência na Série A. Pedrinho expressou aborrecimento em entrevistas, indicando que a pressão do mercado poderia ser desvantajosa para o clube.
Além de suas dificuldades em campo, João Victor também enfrentou problemas com a torcida. Em seus quase 75 jogos pelo Vasco, o atleta foi expulso cinco vezes, o que gerou descontentamento entre os torcedores, especialmente em uma fase marcada por vulnerabilidades defensivas. Sua personalidade forte e atitudes impulsivas resultaram em atritos com os fãs, culminando em uma troca de agressões verbais e até em ameaças à sua família por parte de torcedores insatisfeitos.
Momento decisivo e a relação com a torcida
A partir de julho, a recepção ao zagueiro se deteriorou consideravelmente. João Victor era constantemente vaiado toda vez que entrava em campo e ainda teve a infelicidade de fazer uma declaração que piorou sua relação com a torcida após a eliminação do Vasco na Sul-Americana. Ele afirmou que os torcedores precisavam confiar na equipe, o que não foi bem recebido e acirrou ainda mais os ânimos.
Apesar das dificuldades, e do desejo do técnico Fernando Diniz de manter o jogador no elenco, a decisão de sua saída se tornou inevitável. Com a venda para o CSKA Moscou em andamento, João Victor não só encerra sua passagem pelo Vasco como leva consigo uma bagagem repleta de desafios e aprendizados, tanto dentro quanto fora de campo.
A trajetória conturbada do zagueiro serve como um alerta aos clubes que buscam contratar atletas de alto valor: o peso das expectativas pode ser tão grande quanto a pressão que vem da torcida e das cobranças incessantes por resultados. A saída de João Victor pode sinalizar um recomeço para o atleta, bem como um novo capítulo para o Vasco, que busca se reerguer longe dos altos e baixos enfrentados nos últimos anos.
Com a saída de João Victor, o Vasco agora deverá buscar alternativas para fortalecer sua defesa e restaurar a confiança de seus torcedores, que esperam um desempenho superior nas competições que se aproximam.
