Na sede do Vicariato Apostólico da Arábia do Norte, Dom Aldo Berardi, O.S.T., expressou grande satisfação pela recente elevação da Igreja de Nossa Senhora da Arábia, em Ahmadi, Kuwait, à categoria de Basílica Menor. O decreto, realizado no dia 28 de junho pelo Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, representa um marco importante na história religiosa da região e um reconhecimento da presença católica na Península Arábica.
A importância histórica da igreja
A igreja foi fundada em 1948 por iniciativa dos Carmelitas e, no decorrer dos anos, se tornou um ponto focal para a vida espiritual dos católicos locais e migrantes, especialmente aqueles que trabalharam na indústria petrolífera no Kuwait. “Celebramos recentemente seu 75º aniversário, um momento de reflexão sobre sua importância para a comunidade”, destacou Dom Berardi.
Uma fonte de esperança e espiritualidade
Dom Berardi enfatizou que a Igreja de Nossa Senhora da Arábia não apenas é um lugar de culto, mas um símbolo de esperança e espiritualidade para muitos migrantes. “Aqui, todos podem praticar sua fé sob a proteção da Virgem Maria”, disse ele, ressaltando a presença de uma estátua mariana abençoada por Papa Pio XII em 1949 e coroada em 2011. A aceitação dessa imagem em uma região predominantemente muçulmana é significativa e reflete a importância cultural e religiosa da igreja.
O reconhecimento como Basílica Menor
A elevação da Igreja a Basílica Menor é um feito sem precedentes na região do Golfo Pérsico, o que levou Dom Berardi a agradecer a todos que contribuíram para essa conquista, desde as autoridades locais até as ordens religiosas que atuam na área. Ele descreve a igreja como uma “flor” que sobreviveu até mesmo em tempos de conflito, simbolizando a resiliência da comunidade católica. “A estátua da Virgem foi uma guardiã para todos aqueles que não puderam fugir durante a guerra entre o Iraque e o Kuwait”, enfatizou.
Uma comunidade diversificada e vibrante
O Vicariato do Norte abrange também a Arábia Saudita, o Bahrein, o Catar e o Kuwait, formando uma comunidade de aproximadamente dois milhões de católicos, em sua maioria migrantes vindos das Filipinas, Índia e diversas nações africanas e europeias. “A diversidade aqui é rica; cada grupo celebra em sua própria língua e rito, o que exemplifica a universalidade da Igreja”, afirmou Dom Berardi.
Experiências enriquece a fé
Nos últimos meses, muitos jovens católicos da região participaram do Jubileu dos Jovens, que ocorreu entre o final de julho e o início de agosto. Para estes, a participação em um evento global foi uma oportunidade de fortalecer sua fé e compartilhar experiências. “Embora tenhamos liberdade de culto, algumas expressões externas da fé são limitadas aqui. Portanto, viver esse momento ao lado de jovens de todo o mundo teve um impacto significativo”, afirmou Berardi.
Desenvolvimento espiritual e social
A Igreja de Nossa Senhora da Arábia, agora Basílica Menor, não se limita apenas a práticas religiosas, mas também se empenha em ajudar a comunidade. “Organizamos atividades sociais para apoiar trabalhadores em dificuldades, e grupos carismáticos têm uma presença forte aqui”, disse Dom Berardi, destacando a importância da catequese infantil e da formação de ministros leigos na vida da paróquia.
O processo para a elevação à Basílica Menor
A ascensão da igreja ao status de Basílica Menor é o resultado de um pedido formal apresentado por Dom Berardi e da colaboração intensa do clero local, além de grupos paroquiais que apoiam a vida espiritual no Kuwait. O recente decreto é um reconhecimento da importância histórica e espiritual da igreja, destacando sua conexão com a Sé de Roma e com os privilégios que acompanham esse status.
Em suma, a elevação da Igreja de Nossa Senhora da Arábia à categoria de Basílica Menor não é apenas um título, mas um testemunho da fé viva e vibrante dos católicos na Península Arábica. A celebração do reconhecimento será anunciada em breve, marcando um novo capítulo na história da comunidade católica da região.