Brasil, 14 de agosto de 2025
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Eagle Football Holdings redefine sua estrutura de poder no Botafogo

O acordo firmado em maio por Eagle Football Holdings prioriza a redução de dívidas e o fortalecimento da gestão do Botafogo.

Em maio deste ano, a Eagle Football Holdings celebrou um acordo significativo com seus credores, uma iniciativa que foi aceita pelo presidente da empresa, John Textor. Essa mudança não apenas alterou a dinâmica de poder dentro da companhia, mas também estabeleceu novas diretrizes para a gestão da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Botafogo. O pacto determinou que a holding se comprometesse a “envidar todos os esforços razoáveis” para garantir o acesso de Christopher Mallon, advogado britânico nomeado como diretor independente da Eagle, ao Conselho de Administração do clube.

A importância do diretor independente

A principal função de Mallon, assim que tomou posse na SAF, foi elaborar um plano de negócios e o orçamento para 2025, com foco especial na redução da dívida e dos passivos da empresa. Esse novo arranjo tem como objetivo fortalecer a governança do Botafogo, buscando uma gestão mais eficiente e transparente.

O acordo, que foi reportado pelo jornal O Globo, garante que o diretor independente tenha acesso a todas as informações pertinentes, como dados sobre contas bancárias e o cumprimento de regulamentos por parte do Botafogo e de outros clubes sob a égide da Eagle. Assinado em 28 de maio, o compromisso foi estabelecido entre a Eagle e seus credores, incluindo a Ares Management, que é a maior investidora da holding e atualmente estava em litígio com Textor, numa tentativa de reorganizar as dívidas.

Desafios e decisões controversas

Não obstante, a gestão de Textor enfrentou desafios significativos. Em 17 de julho, o presidente não anunciou a Mallon sobre duas reuniões da SAF que ocorreram no mesmo dia. Em uma delas, foi aprobado um empréstimo de 100 milhões de euros com uma nova empresa criada por Textor nas Ilhas Cayman, colocando como garantia quase todas as receitas futuras da SAF, incluindo direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro até 2029 e patrocínios.

Na Assembleia Geral Extraordinária, Textor, na qualidade de representante da Eagle, também aprovou o aumento do capital social da SAF de R$ 10 mil para R$ 650 milhões, possibilitando a emissão de novas ações. Essas decisões levantaram preocupações acerca do controle da Eagle sobre a SAF e resultaram em ações judiciais contra Textor por parte da própria holding. Os advogados da Eagle alegaram que Textor atuou sem a autorização de Mallon, tentando reduzir a participação majoritária da Eagle na SAF.

Ações judiciais e nova estrutura de governança

A ação movida em 30 de julho requer a anulação das decisões tomadas nas reuniões, a suspensão da emissão de novas ações e a proibição de contratos da SAF com empresas associadas a Textor. Embora o pedido ainda não tenha sido analisado pela Justiça, a situação expõe a tensão crescente entre as partes. O quadro de descontentamento começou a se desenhar em 23 de abril, quando o Conselho da Eagle decidiu discutir problemas financeiros enfrentados pelo Lyon, um dos clubes do grupo, e as notificações de inadimplência recebidas por credores.

Correndo contra o tempo, no dia 6 de maio, a Eagle protocolou um novo Estatuto Social no governo britânico, formalizando a subordinação de Textor a Mallon. A partir desse novo estatuto, quaisquer decisões dos diretores devem ser aprovadas por maioria, incluindo o voto do diretor independente. Esta mudança, sem dúvida, foi um fator determinante na redefinição do poder dentro da empresa.

Consequências e perspectivas futuras

Com o novo acordo de maio, as principais obrigações da Eagle também incluem a venda do Crystal Palace, outro clube do grupo, para aliviar as questões financeiras. A não realização dessa venda levou a Ares a emitir um aviso de violação. Se até então Textor podia agir de maneira autônoma em nome da Eagle, agora Mallon detém a palavra final em quaisquer deliberações, um marco significativo na governança corporativa da holding.

Recentemente, a SAF do Botafogo emitiu uma nota nas redes sociais, negando a existência de planos para diluir a participação da Eagle na sociedade, afirmando que as autorizações aprovadas buscam permitir que o sócio majoritário faça novos investimentos no clube. A mensagem enfatiza que as medidas adotadas têm caráter preventivo e não são consideradas “provocativas”.

No panorama atual, a integrante organização precisa não apenas reafirmar sua posição no mercado, mas também assegurar a confiança de seus investidores e torcedores. A evolução deste impasse será crucial para o futuro do Botafogo e de sua administração. A relação entre a Eagle Football Holdings, seus credores e os novos líderes será um aspecto determinante para a reestruturação financeira e administrativa do clube nos próximos anos.

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