O BNDESPar, empresa de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), anunciou um investimento de US$ 74,9 milhões (R$ 405,3 milhões) na Eve, subsidiária da Embraer, liderada no desenvolvimento de aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (eVTOLs). A operação é parte de uma estratégia para fortalecer a estrutura de capital da startup e apoiar pesquisa e desenvolvimento no setor.
BNDES visa participação na Eve e futuro em ações na B3
Com o aporte, o banco de fomento terá aproximadamente 4% de participação na Eve, que possui valorização de cerca de US$ 1,8 bilhão na Bolsa de Nova York, ao final do pregão de quarta-feira. Segundo o BNDES, o investimento será realizado por meio de uma operação futura de venda de Brazil de Depositary Receipts (BDRs) — títulos que representam ações de empresas estrangeiras negociados na B3. A Eve ainda não possui BDRs lançados, mas planeja fazer uma oferta privada liderada pela BNDESPar, com a expectativa de facilitar o investimento de investidores brasileiros no futuro.
Fortalecimento de capital e inovação na mobilidade aérea
Segundo o BNDES, o aporte visa consolidar a estrutura financeira da Eve e estimular as atividades de pesquisa e desenvolvimento necessárias para realizar seu Plano de Negócios. Aloizio Mercadante, presidente do banco de fomento, afirmou que o investimento representa um avanço estratégico para colocar o Brasil na vanguarda da mobilidade aérea sustentável. “Este passo coloca o país na rota da inovação em transporte aéreo”, declarou Mercadante em comunicado oficial.
Perspectivas e impacto do setor de carros voadores
De acordo com estimativas divulgadas pela Eve, até 2045, a mobilidade com veículos elétricos de pouso e decolagem vertical poderá gerar uma receita global de US$ 280 bilhões, atender a uma demanda de aproximadamente 30 mil eVTOLs e transportar cerca de 3 bilhões de passageiros. Os voos experimentais estão previstos para começar entre 2027 e 2028, com a produção dos veículos acontecendo em uma fábrica em Taubaté (SP). A expectativa é que essa tecnologia substitua uma parcela significativa dos helicópteros utilizados atualmente no transporte urbano.
Visão da Eve e próximos passos
Segundo o CEO da Eve, Johann Bordais, o aporte do BNDES representa um marco na trajetória da empresa, contribuindo para sua missão de transformar a mobilidade urbana. “Nos posicionamos para liderar a revolução no transporte aéreo e ampliar nossas operações em São Paulo”, afirmou Bordais. Após a oferta privada, a empresa planeja disponibilizar BDRs na B3 para investidores locais, ampliando o acesso ao seu crescimento.
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