O Banco do Brasil divulgou nesta quinta-feira (14/8) seu lucro líquido de R$ 3,8 bilhões no segundo trimestre de 2025, o que representa uma redução de 60,2% em comparação aos R$ 9,5 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Os resultados aguardados pelo mercado, que previa lucros entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões, confirmaram as expectativas moderadas diante da atual conjuntura financeira.
Desafios e ajustes no desempenho financeiro
O balanço do banco revelou uma margem financeira bruta de R$ 25,06 bilhões no segundo trimestre, uma queda de 1,9% em relação ao mesmo período de 2024. A receita de prestação de serviços atingiu R$ 8,8 bilhões, uma redução de 1%. Além disso, o custo do crédito cresceu quase o dobro, passando de R$ 7,8 bilhões para R$ 15,9 bilhões.
Revisão de projeções e impacto na carteira de crédito
As projeções de crescimento do banco também foram revistas para baixo, com ajustes nos intervalos de crédito. A carteira de crédito total passou de 5,5% a 9,5% para um intervalo de 3,5% a 6%, enquanto a carteira de pessoa física foi ajustada de 7% a 11% para 7% a 10%. As carteiras de empresas e de agronegócios também tiveram revisões, indicando maior cautela do banco diante do cenário econômico.
Inadimplência e solidez financeira
O índice de inadimplência, considerado acima de 90 dias, encerrou junho em 4,21%, um aumento de 35 pontos base em relação ao mês anterior. As carteiras de pessoas físicas e jurídicas apresentam, respectivamente, 5,59% e 4,18% de inadimplência. Mesmo com esses desafios, o banco reforçou sua resistência financeira, concluindo o mês de junho com um Capital Principal de 10,97%, demonstrando estabilidade.
Perspectivas e investimentos
Segundo a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, 2025 é um ano de ajustes voltados para a aceleração do crescimento. “Projetamos lucro entre R$ 21 e 25 bilhões e seguimos com investimentos estruturantes para gerar riqueza aos acionistas, aprimorando relacionamento, tecnologia e capacitação dos nossos funcionários”, afirmou.
O banco também anunciou que o payout, ou seja, a porcentagem do lucro líquido distribuída aos acionistas, foi revisado para 30%. Os pagamentos de juros sobre capital próprio referentes ao primeiro semestre de 2025 já foram realizados em março e junho, mantendo o cronograma vigente.
A inadimplência elevada acima de 90 dias, que subiu para 4,21%, preocupa o banco, embora a instituição confirme sua solidez financeira, consolidada pelo índice de capital de 10,97%. No cenário mais amplo, o setor bancário continua enfrentando dificuldades, influenciado pelas taxas de inadimplência e pelo ambiente de juros elevados.
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