Na manhã desta segunda-feira, o ex-presidente Donald Trump anunciou uma intervenção direta na segurança de Washington, DC, reforçando acusações de risco crescente de autoritarismo nos Estados Unidos. A medida, que envolve a federalização da polícia local e o uso da Guarda Nacional, tem causado forte preocupação por parte de analistas, políticos e do público, que veem sinais alarmantes de possível autoritarismo em ação.
Trump e a escalada autoritária em Washington
Durante uma coletiva de imprensa, Trump afirmou que a sua administração iria tomar controle da polícia de Washington por meio do invoke do Section 740 do District of Columbia Home Rule Act, uma legislação que permite ações diretas do governo federal na capital. “Estamos aqui para restaurar a lei e a ordem na nossa cidade”, declarou, prometendo combater o aumento da criminalidade, que, segundo ele, ultrapassa números de cidades como Bogotá e Cidade do México.
Apesar de dados oficiais do Departamento de Justiça mostrarem queda nos índices de criminalidade em DC — 35% de redução em crimes violentos em 2023 — Trump insistiu na narrativa de crise, afirmando que Washington estaria dominada por gangues violentas, roubos de carros e homicídios, colocando a narrativa em conflito com as estatísticas oficiais.
Reação e preocupação internacional
Especialistas alertam que essas ações podem marcar o início de um movimento autoritário mais amplo. Richard Stengel, autor e ex-funcionário do governo obama, disse que “autocratas aproveitam pretextos falsos para impor controle sobre as forças locais, antes de avançar para o controle nacional”.
Internacionalmente, a preocupação é compartilhada por órgãos de direitos humanos, que veem na iniciativa de Trump um potencial precursor de uma consolidação de poder que desafia os princípios democráticos. “Este movimento reflete uma tentativa de minar o Estado de Direito e consolidar uma autoridade que ameaça a liberdade civil”, afirmou a Human Rights Watch.
Reação dos cidadãos e redes sociais
Nos fóruns online, Câmara de comentários do Reddit, com mais de 3.000 opiniões, expressaram inquietação e desconfiança sobre o movimento, destacando citações como: “Fascismo agora se revela na sua forma mais explícita”. Outros críticos temem que ações como essa possam pavimentar caminho para uma repressão massiva, especialmente em momentos de protestos ou opiniões contrárias ao governo.
Ao mesmo tempo, políticos democratas e ativistas alertam que a técnica de manipulação do medo e o deslocamento da autoridade representam uma ameaça direta à democracia norte-americana. “Se o poder do presidente é usado para suprimir o direito de protestar e controlar a polícia, estamos diante de uma mudança perigosa”, afirmou Kathleen Clark, analista de direitos civis.
Consequências e o que esperar
Analistas políticos indicam que tal movimento pode marcar uma mudança estrutural no funcionamento do poder nos EUA, com potencial para ampliar os riscos de autoritarismo e reduzir o controle civil e democrático na capital federal. Enquanto isso, a sociedade permanece atenta ao desenvolvimento das ações, que podem ter repercussões duradouras sobre as liberdades civis.
A controvérsia continua enquanto os debates se intensificam sobre até que ponto Trump pretenda consolidar seu poder e quais limites a democracia americana ainda possui para resistir a essas tentativas de centralização. Como afirmou um usuário no Reddit, “Estamos assistindo ao fim da república, e ninguém sabe até onde isso vai chegar”.