Brasil, 14 de agosto de 2025
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Alexandre Padilha é alvo de restrições de visto dos EUA

Medidas do governo americano visam punir autoridades envolvidas em programas de saúde associados a Cuba.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é um dos alvos das novas restrições de visto anunciadas pelo governo dos Estados Unidos na tarde desta quarta-feira (13). As informações são de fontes ligadas ao bolsonarismo que têm mantido contato com a administração de Donald Trump. Padilha já foi ministro da Saúde durante o governo de Dilma Rousseff e teve papel crucial na implementação do programa Mais Médicos, que recentemente foi criticado por representantes americanos, incluindo o secretário de Estado, Marco Rubio.

Restrição de vistos e o contexto político

As restrições foram introduzidas dentro de um pacote de medidas que visam inibir o que os Estados Unidos denominam como uma estrutura de “trabalho forçado e tráfico humano” perpetrado pelo governo cubano, atualmente sob a liderança de Miguel Díaz-Canel. O programa Mais Médicos, que trouxe médicos cubanos para o Brasil, foi referido por Rubio como um “esquema de exportação de mão de obra” da ilha.

Embora o comunicado oficial do Departamento de Estado americano mencione apenas o atual secretário de Atenção Especializada à Saúde, Mozart Sales, e o coordenador-geral da COP30 em Belém, ainda não há uma confirmação oficial do governo brasileiro sobre as sanções que atingem Padilha. Informações indicam que outras autoridades, como Alberto Kleiman, também estão na lista de restrições.

O legado do programa Mais Médicos

O programa Mais Médicos foi implementado em 2013 como uma resposta à carência de médicos em áreas carentes do Brasil. Ele trouxe profissionais estrangeiros, principalmente de Cuba, que atuavam sem a necessidade de validação de seus diplomas no país. Apesar das críticas e controvérsias em torno das condições de contratação dos médicos cubanos, o programa foi atualizado e mantido por sucessivos governos, com diferentes nomenclaturas.

Após a eleição de Jair Bolsonaro, o programa foi reformulado e chamado de “Médicos pelo Brasil”. Contudo, a colaboração de Cuba com o Brasil foi suspensa quando a nova administração assumiu, resultando em uma alteração significativa na forma como os serviços de saúde foram prestados em regiões fora dos grandes centros urbanos.

Reações ao anúncio das sanções

Alexandre Padilha não se manifestou oficialmente a respeito das sanções americanas até o fechamento deste artigo, entretanto, ele usou suas redes sociais para reforçar seu apoio ao programa Mais Médicos e criticar as ações do governo dos EUA. “Não nos curvaremos a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos na minha primeira gestão como ministro da Saúde, Mozart Sales e Alberto Kleiman”, afirmou Padilha. “Seguiremos firmes em nossas posições: saúde e soberania não se negociam”.

Contexto das sanções e a crítica internacional

O anúncio das sanções pelo governo dos Estados Unidos também se aplica a autoridades de outros países, incluindo Granada e várias nações africanas, além de ex-representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O secretário de Estado americano enfatizou a necessidade de responsabilizar o regime cubano pelas suas práticas opressivas.

A pressão internacional sobre Cuba, especialmente em relação a questões de direitos humanos e higiene laboral, tem aumentado. Com o avanço das sanções, espera-se que a tensão diplomática entre os Estados Unidos e países aliados que cooperam com o governo cubano se intensifique.

Além disso, enquanto a administração de Biden mantiver a posição firme sobre esses temas, as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos podem atravessar um momento delicado, especialmente considerando que outros membros do governo brasileiro foram mencionados como possíveis alvos de sanções. O impacto dessas medidas na política interna do Brasil e nas alianças regionais continua sendo um tema de grande relevância nas discussões atuais.

O futuro do programa de saúde no Brasil, assim como sua relação com Cuba, ainda está sob análise, principalmente com a retomada do Mais Médicos sob a gestão de Nísia Trindade. O Brasil permanecerá no centro das atenções internacionais enquanto essas questões se desenrolam.

Esse desenvolvimento abre espaço para um debate mais amplo sobre a autonomia dos países em manter programas sociais sem interferência externa, além de suscitarem preocupações sobre a saúde pública e a coesão social em momentos de crise política e econômica.

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