O presidente Donald Trump anunciou nesta quarta-feira (22) os primeiros indicados ao Kennedy Center Honors de 2024, incluindo nomes como o cantor country George Strait, Sylvester Stallone, Gloria Gaynor, a banda Kiss e o ator-singer Michael Crawford, gerando reações de surpresa e críticas.
Nomes controversos entre os indicados ao Kennedy Center
Trump, que assumiu recentemente novamente como presidente do centro, declarou que os indicados representam “grandes pessoas” e que a escolha foi feita de forma quase definitiva, com ele afirmando estar “cerca de 98%” envolvido na seleção. Entre as surpresas estão Stallone, considerado um dos atores mais polêmicos de Hollywood, e Gloria Gaynor, ícone da disco, o que levou a comentários mistas na mídia.
Ao anunciar os nomes, Trump afirmou que preferiu rejeitar várias indicações por achá-las “muito woke” ou liberal demais, destacando sua preferência por artistas que considera alinhados às suas ideias. Ele também comentou que o centro passará por reformas e que o evento este ano terá uma grande valorização da sua aparência e prestígio, incluindo uma renovação completa de sua estrutura.
Histórico de envolvimento político e controvérsias
Desde que retornou ao cargo, Trump tem tomado uma postura mais interventionista na administração do Kennedy Center, incluindo sua nomeação como presidente do centro e a demissão do conselho anterior, composto por membros independentes e artísticos. Ele também sugeriu mudanças no nome do centro, incluindo a possibilidade de renomeá-lo após si mesmo, o que gerou críticas de figuras como Maria Shriver, sobrinha de John F. Kennedy.
Seus críticos apontam que seu envolvimento ameaça a neutralidade histórica da homenagem, que tradicionalmente foi uma celebração bipartidária e de reconhecimento às maiores figuras da cultura americana. A proposta de renomear o teatro de ópera do centro após Melania Trump, além de uma tentativa de alterar a imagem do espaço, também foi alvo de reações duras.
Reformas e futuro do Kennedy Center
Trump prometeu uma renovação completa do centro, buscando torná-lo um “joia da arte e cultura” dos EUA. Em suas redes sociais, ele afirmou que o espaço, que considerava em mau estado, logo retornaria ao seu “glamour e prestígio” original, com planos de incluir o local nas celebrações do 250º aniversário da independência do país.
Apesar do esforço de Trump em apropriar-se da honra do Kennedy Center, muitos artistas históricos continuam boicotando o evento, especialmente aqueles que criticaram suas políticas ou sua forma de condução do centro nos últimos anos. Ainda assim, o presidente reforça seu domínio, indicando que fará mudanças profundas na instituição, que deverão afetar seu reconhecimento cultural.
Reações e perspectivas
Especialistas observam que essa aproximação de Trump ao Kennedy Center representa uma mudança radical na tradição do local, que costuma ser um espaço de reconhecimento político e artístico com apoio de ambos os lados. A controvérsia aumentou após ele assumir o controle do centro, com artistas ameaçando boicotes e questionando sua autoridade moral para indicar honrados.
Ao todo, a lista de indicados indica uma tendência de Trump selecionar figuras com as quais se identifica publicamente, além de reforçar sua narrativa de restauro do centro às suas versões de glória. O evento, marcado para o final do ano, promete gerar debates acalorados sobre o papel do centro na cultura americana e seu compromisso com a diversidade e a história.