Na última terça-feira (12), durante a partida entre o São Paulo e o Atlético Nacional pela Copa Libertadores, torcedores do tricolor paulista denunciaram um ato de racismo que manchou o evento esportivo no Estádio Atanasio Girardot, na Colômbia. O jogo, que terminou em um empate sem gols, foi palco de uma cena lamentável que gerou revolta e clamor por justiça entre os fãs do futebol brasileiro.
Racismo em campo: uma triste realidade
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram um torcedor do Atlético Nacional fazendo gestos racistas em direção aos torcedores do São Paulo, imitando um macaco. O flagrante, registrado por um fã do clube paulista, ocorreu na frente de policiais, levantando questionamentos sobre a segurança e a responsabilização dos envolvidos. A Conmebol, entidade que comanda o futebol sul-americano, informou que está investigando o caso e pode aplicar punições severas caso as acusações sejam confirmadas.
O regulamento da entidade prevê multas e a possibilidade de jogar sem a presença de torcedores na partida, caso se comprove a infração. Em resposta a episódios de discriminação, em maio deste ano, a FIFA havia endurecido as punições, refletindo o compromisso em erradicar o racismo dos estádios de futebol.
Tensão após a partida
Além do ato racista, outro episódio de violência ocorreu após o apito final. A torcedora são-paulina e comunicadora, Gabriela Martins, relatou nas redes sociais que torcedores do Atlético Nacional atacaram os tricolores com pedras e outros objetos. No vídeo, Gabriela mostrou o temor vivido por ela e outros fãs durante o ataque, que os forçou a buscar abrigo em banheiros nas imediações do estádio.
Uma escalada de hostilidade
A situação se deteriorou rapidamente após o término do jogo, quando torcedores de ambos os lados começaram a se provocar. Eles estavam separados apenas por uma corda e por uma quantidade insuficiente de policiais, o que contribuiu para o aumento da tensão. O secretário de segurança e convivência de Medellín, Manuel Villa Mejía, confirmou que um torcedor do São Paulo, identificado como Allan Aquino, foi preso após ser reconhecido por câmeras de segurança. Ele deve ser deportado de volta ao Brasil nos próximos dias.
Reflexão necessária
A ocorrência de racismo nos estádios é um problema que requer atenção imediata. A cultura de impunidade em atos discriminatórios feriu não apenas o espírito esportivo, mas também a integridade de muitos torcedores que buscam apenas apoiar suas equipes com respeito e dignidade. Torcidas organizadas e a sociedade civil como um todo devem se unir para erradicar essa prática abominável.
Próximos desafios do tricolor
Depois desse episódio tumultuado, o São Paulo se prepara para voltar aos gramados no próximo sábado (09), quando irá enfrentar o Sport, na Ilha do Retiro, às 18h30, na abertura do returno do Campeonato Brasileiro. Em seguida, o jogo de volta contra o Atlético Nacional está agendado para a próxima terça-feira (19), às 21h30, no Morumbi, onde os torcedores esperam um ambiente muito mais seguro e respeitoso.
Conforme a presença dos torcedores diminui devido a incidentes de violência e racismo, a responsabilidade tanto dos clubes quanto das organizações esportivas de promover e implementar iniciativas eficazes contra essas práticas se torna ainda mais urgente. A luta contra o racismo no futebol é uma batalha que deve ser travada a cada jogo, não apenas dentro de campo, mas fora dele também.