O presidente do Conselho Superior de Esportes (CSD), José Manuel Rodríguez Uribes, comentou nesta terça-feira (13) a solicitação do Real Madrid sobre a realização do jogo da La Liga entre Villareal e Barcelona, que está programado para acontecer no Hard Rock Stadium, em Miami, Estados Unidos. O clube merengue expressou preocupação com o que chamou de “perturbação do equilíbrio competitivo” do torneio, e solicitou que o CSD tome providências.
Reação do Real Madrid e análise do CSD
Em um comunicado oficial, o Real Madrid manifestou sua oposição à realização da partida fora do território espanhol, afirmando que isso comprometeria a integridade da competição ao alterar as condições de disputa. Na carta enviada ao CSD, à Uefa e à Fifa, o clube pediu uma análise detalhada dos potenciais impactos da decisão. Uribes declarou que o CSD irá examinar os argumentos apresentados pelo clube, afirmando que “faremos isso e, quando virmos os argumentos e as regras, tomaremos a decisão adequada”.
No entanto, até o momento, a Uefa e a Fifa não se manifestaram sobre a solicitação do Real Madrid. Uribes reiterou que qualquer deliberação será baseada em uma análise em conjunto com as entidades citadas e no que estiver dentro das competências do CSD.
O ponto de vista do Real Madrid
A insatisfação do Real Madrid, que foi o primeiro clube a se pronunciar oficialmente contra a partida em Miami, pode ser compreendida como parte de uma estratégia mais ampla. O clube, sob a presidência de Florentino Pérez, argumenta que “todas as partidas devem ser disputadas nas mesmas condições” e que “modificar unilateralmente este regime viola a igualdade entre os participantes”.
No comunicado, o Real Madrid enfatiza que a alteração do local do jogo compromete “a legitimidade dos resultados” e estabelece um “precedente inaceitável” que pode abrir caminho para mudanças baseadas em “interesses alheios aos estritamente desportivos”. Isso, segundo a equipe, “afeta claramente a integridade desportiva” e “arriscando a adulteração da competição”. Este tipo de exceção, segundo o clube, teria consequências graves que poderiam marcar um ponto de virada para o futebol.
Além disso, o Real Madrid anunciou que irá recorrer da decisão aos órgãos competentes, começando pela Fifa e Uefa, o que pode indicar que a briga por uma posição favorável ao seu ponto de vista está apenas começando.
A posição do CSD sobre a questão
José Manuel Rodríguez Uribes, em suas declarações aos jornalistas, ressaltou que ainda não teve a oportunidade de conversar diretamente com os presidentes do Real Madrid, da La Liga e da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF). No entanto, ele foi claro ao afirmar que irá “estudar com o Ministério Público e o diretor-geral de Esportes” a possibilidade do jogo em Miami. Ele salientou ainda que quando o documento oficial chegar ao CSD, o órgão “agirão de acordo com a lei, o regulamento e nossas responsabilidades, sempre com o interesse público em mente”.
A necessidade de garantir a integridade da competição é um tema recorrente nas discussões sobre os jogos da La Liga fora da Espanha. Os responsáveis pela liga e as autoridades esportivas têm enfrentado pressão crescente para que qualquer atividade fora do país seja rigorosamente avaliada para não comprometer a essência competitiva do torneio.
O que se espera agora é que o CSD faça um julgamento imparcial sobre o caso, levando em conta todos os aspectos apresentados pelo Real Madrid, os direitos dos clubes envolvidos no torneio e, principalmente, o impacto que essa decisão pode ter no futuro do futebol profissional.
Com o Mundial de Clubes de 2025 já confirmado para ser realizado no Hard Rock Stadium, os desdobramentos dessa situação podem ter efeitos não apenas para as equipes envolvidas, mas para todas as ligas que consideram expandir suas fronteiras geográficas.
