O governo brasileiro se prepara para anunciar um plano de contingência contra a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afeta diretamente diversos setores da economia nacional. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MIDC), Geraldo Alckmin, já adiantou que as medidas estão sendo finalizadas e que o anúncio deve ocorrer nesta quarta-feira (13/8).
Expectativa para o anúncio das medidas
Inicialmente, o plano estava previsto para ser anunciado na terça-feira (12/8), mas, de acordo com Alckmin, as últimas reuniões de alinhamento foram realizadas na própria terça. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a Medida Provisória (MP) referente ao pacote de socorro de R$ 30 bilhões para as empresas brasileiras será assinada amanhã. “O presidente disse que vai assinar amanhã pela manhã”, declarou Alckmin durante uma audiência pública no Senado Federal.
Em entrevista ao programa É da Coisa, da BandNews, Lula afirmou que a MP será um instrumento importante para mitigar os prejuízos provocados pela taxação de Trump. “Amanhã vou assinar uma MP que cria uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas que porventura tiverem prejuízos com a taxação de Trump”, detalhou o presidente.
Conteúdo do pacote de medidas
O que podemos esperar do pacote de medidas que o governo pretende anunciar? Segundo informações apuradas, algumas iniciativas devem constar no plano, conforme detalhado abaixo:
- Linhas de crédito: O governo estuda criar linhas de crédito para pequenos produtores, semelhante ao que foi feito após o desastre do Rio Grande do Sul.
- Compras governamentais: O plano prevê a aquisição de excedentes de produtos perecíveis, como frutas, que destinam-se principalmente ao mercado americano. Esses produtos poderiam ser utilizados em merendas escolares e na alimentação de pessoas privadas de liberdade.
- Reativação do Programa Seguro-Emprego: A medida permitirá a redução da jornada e dos salários em até 30% para trabalhadores em empresas que estiverem enfrentando dificuldades financeiras, replicando a estratégia utilizada durante a pandemia.
- Ampliação do Reintegra: O programa destinado a pequenas empresas exportadoras que permite a recuperação de parte dos tributos ao longo da cadeia produtiva será ampliado para mitigar os impactos das novas tarifas.
Desafios e negociações com os EUA
O ministro Fernando Haddad enfatizou que o governo está comprometido em manter um diálogo com os Estados Unidos na tentativa de reverter o tarifaço. Contudo, afirmou que a Casa Branca não está disposta a negociar efetivamente. “A questão do tarifaço não é comercial, mas política”, argumentou.
Haddad ainda reforçou que a extrema-direita no Brasil está dificultando os canais de negociação entre os dois países. Apesar das dificuldades, o ministro assegurou que o Brasil permanece à mesa de negociação. “Não saímos e não iremos sair”, garantiu.
Impacto das tarifas de Donald Trump
- Em 31 de julho, Donald Trump assinou uma ordem executiva estabelecendo uma tarifa de 50% sobre certos produtos brasileiros exportados para os EUA.
- Essa taxa resulta na adição de 40% sobre uma alíquota anterior de 10% que já havia sido anunciada em abril.
- No entanto, quase 700 produtos foram deixados de fora da lista afetada pela tarifa extra de 40%, incluindo suco de laranja, aeronaves e petróleo.
- Esses itens isentos vão sofrer apenas a taxa de 10%.
- As novas tarifas entraram em vigor no dia 6 de agosto, gerando preocupação entre os exportadores brasileiros.
Com as novas tarifas em vigor e o anúncio do plano de contingência se aproximando, a expectativa é alta entre os setores afetados. O governo brasileiro espera que as medidas ajudem a suavizar as repercussões econômicas causadas pela decisão de Trump e a manter a competitividade das empresas brasileiras no exterior.
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